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Bill Gates pretende construir “cidade inteligente” em pleno deserto do Arizona

Blog da Arquitetura - 01 de março de 2018 1388 Visualizações
Bill Gates pretende construir “cidade inteligente” em pleno deserto do Arizona
Os modelos de urbanismo das cidades devem mudar ao longo do século XXI. Seus zoneamentos provavelmente assumirão um desenho muito mais flexível, que permita combinar melhor diferentes funções, como comércio, indústria e habitação. Questões como transporte público, geração de energia, áreas verdes, transmissão de dados e resiliência climática serão repensadas. Tudo isso de modo a atender as necessidades das populações das novas “cidades inteligentes”.
Esta é uma ideia que tem estado em mais evidência desde que importantes empresários – como os do Vale do Silício, na Califórnia – mudaram radicalmente o foco dos seus investimentos. A ideia deles é investir em propostas mais arrojadas, como o desenvolvimento de veículos autônomos, visando impulsionar a inovação e ampliar as possibilidades tecnológicas. Esses projetos futuristas devem ser testados muito em breve, dentro de áreas estrategicamente criadas para funcionarem como verdadeiros laboratórios vivos.
A megacidade de Bill Gates
Bill Gates é conhecido por ser o co-fundador e antigo CEO da Microsoft, multinacional que fabrica e vende produtos eletrônicos de qualidade para serviços pessoais, como computadores. Mas essa é só uma de suas empresas de investimentos. Um exemplo é o grupo imobiliário Belmont Cascade Investment – conhecido como Belmont Partners – que pretende gastar, nos próximos anos, aproximadamente 100 milhões de dólares para a construção de mais uma nova megacidade mundial, a Belmont.
Não se sabe até que ponto Gates está envolvido nas negociações para a construção da cidade de Belmont, e nem quando isso se iniciará. O que já foi divulgado pela imprensa mundial é que, se tudo der certo, o grande empreendimento deverá surgir no oeste dos Estados Unidos, no meio do deserto do estado do Arizona. O terreno gigantesco, já adquirido pela empresa, fica nos arredores de Buckeye, a cerca de 45 minutos de Phoenix.
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Informações sobre a cidade de Belmont
Belmont deverá ter quase o tamanho de uma grande metrópole, como Paris. Serão mil e trinta e seis hectares de área construída. A maior parte será dedicada ao comércio, mas também haverá muito espaço destinado a escolas públicas e habitações. Estão previstas para serem erguidas, de acordo com o projeto inicial, oitenta mil residências. Todas essas edificações deverão abrigar uma população estimada de 182 mil pessoas.
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A configuração da cidade deverá assumir uma grade bem regular. Toda a infraestrutura implantada será de ponta. A comunicação entre os serviços contará com um sistema de internet de altíssima velocidade. E o transporte público, obviamente, será feito com carros robóticos. Aliás, os veículos poderão percorrer também a autoestrada que atravessará a cidade, seguindo diretamente para Las Vegas, em Nevada. Esse trajeto permitirá com que o local se desenvolva de modo independente, sem qualquer outro incentivo externo.
“Belmont criará uma comunidade com pensamento para frente, com comunicação e uma infraestrutura que abraça a tecnologia de ponta, criada ao redor de redes digitais de alta velocidade, data centers, novas tecnologias de produção e modelos de distribuição, veículos autônomos e centros de logísticas autônomos.” – a Belmont Partners, em comunicado para imprensa.
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Empecilhos para a concretização do projeto
A empresa de Bill Gates pagou relativamente pouco pelas terras perto de Phenix. Só que desenvolver uma nova cidade não é algo barato, ainda mais contanto com os problemas que a região apresenta. É que Buckeye tem enfrentado, nos últimos anos, um aumento populacional significativo – de 6 mil para 60 mil pessoas – devido a migração de trabalhadores tecnológicos de lugares como San Francisco e Seattle.
O problema é que o estado do Arizona está em meio a uma crise muito grave de recursos naturais, como água potável. Isso significa que a construção de uma cidade nessas proporções, em seu território, agravaria muito mais a situação. A exigência para a aprovação do projeto de Belmont é, justamente, de que os seus desenvolvedores encontrem o mais rapidamente possível uma solução para o abastecimento seguro de água nos próximos cem anos – e isso será uma tarefa bem difícil, talvez até impossível.
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A empresa de Bill Gates, a Belmont Partners, tem o desafio de materializar um sonho bastante complexo, e a partir do zero. Talvez a solução mais sensata não fosse expandir a área habitada no estado, mas melhorar a infraestrutura existente. Desse modo, todos sairiam no lucro. Os investidores teriam suas tecnologias testadas e a população americana viveria em cidades com qualidade ainda mais superior. Mas, existem opiniões contrárias.
“Imaginar infra-estrutura futura a partir do zero é muito mais fácil e mais rentável do que adaptar um tecido urbano existente. Este é um investimento muito longo e muito paciente.” – Grady Gammage, porta-voz do empreendimento, em reportagem de CNN.
Outras cidades inteligentes ao redor do mundo
A Belmont não será a primeira megacidade ou “cidade inteligente” no mundo – até porque essa não é uma ideia tão nova assim. Países como China e Arábia Saudita já anunciaram planos de investimentos para novos centros globais. Ambos são destinados a impulsionar o mercado imobiliário, ampliar opções comerciais e inovar os modos de vida das populações. E na Malásia e em Toronto, a empresa Alphabet, da Google, está financiando planos muitos semelhantes ao de Bill Gates. Ou seja, é difícil saber quem ficará, afinal, para trás nessa corrida!