A Queiroz Galvão, empresa que venceu a licitação em 2009 para construir os acessos do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, desistiu de executar a obra. A decisão foi comunicada ontem pela direção da construtora durante reunião com o chefe da Casa Civil, Carlos Augusto Rosado, e o diretor-presidente do Departamento de Estradas de Rodagens (DER), vinculado ao governo do estado, Demétrio Torres. A construtora já havia comunicado que desistiria de construir os acessos, caso o governo do estado se negasse a realinhar os preços e atualizar a planilha de custos, aprovada em 2010, antes da instalação do canteiro de obras. O impasse foi exposto na última segunda-feira (24) pelo chefe da Casa Civil, Carlos Augusto Rosado, durante visita do ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, ao aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Segundo o governo, a obra, que está orçada em R$ 72,1 milhões, será executada pela segunda colocada na licitação: a EIT Engenharia. Segundo Dorian Carlos, diretor regional da empresa, a construtora foi consultada ainda ontem e aceitou executar o projeto. O governo do estado, no entanto, ainda não fixou uma data para assinar o contrato com a EIT, que terá que mobilizar trabalhadores e máquinas antes de iniciar a construção. “Quero rescindir o contrato com a Queiroz Galvão e contratar a EIT já nos próximos dias. Quero no comecinho de julho já ter máquinas trabalhando no local”, afirmou Demétrio Torres, que também é secretário extraordinário para Assuntos Relativos à Copa do Mundo 2014. Custo Segundo Demétrio, caso o governo tivesse acatado a proposta da Queiroz Galvão de realinhar os preços, o custo da obra subiria até 10%, passando para R$ 79,41 milhões. “A empresa pediu esse acréscimo em virtude da redução do prazo para concluir a obra. De acordo com o contrato, a empresa teria dois anos para concluir os acessos, mas nós queremos que os acessos fiquem prontos até abril de 2014, quando o aeroporto de São Gonçalo do Amarante começa a operar. Eles disseram que sem o acréscimo teriam dificuldades para cumprir o cronograma e nós dissemos que também tínhamos nossas dificuldades. Eu não tenho de onde tirar esse dinheiro”, disse Demétrio. A Queiroz Galvão não terá de pagar multa pela rescisão do contrato, já que o governo “pediu para a empresa executar o projeto em um prazo diferente do firmado no contrato”, esclareceu Demétrio. A diretora de Obras do DER, Francini Goldoni, acrescentou que o governo não pode realinhar preços e atualizar a planilha antes do início das obras, como exigiu a Queiroz Galvão. “A gente trabalha da seguinte forma: executa o serviço e paga o que está na planilha e o reajustamento. A Queiroz Galvão não queria dessa forma”, explicou. De acordo com Demétrio Torres, não há possibilidade da EIT solicitar a revisão dos valores antes de começar a construir os acessos, como a outra construtora fez. “A EIT não vai pedir isso. E mesmo que pedisse, eu procurava a terceira colocada na licitação”. Consultado pela equipe de reportagem, o diretor regional da EIT, Dorian Carlos, assegurou que essa questão não está em discussão na empresa. “Eu não sei que argumentos a Queiroz Galvão usou para desistir da obra. O que sei é não vamos pedir nada disso”, afirmou. A Queiroz Galvão informou, através de nota, que “não vai se pronunciar sobre essa questão”. |