A presidenta Dilma Rousseff disse no dia 1°que o governo está avaliando possibilidades de redução de gastos em algumas áreas para aumentar investimentos em mobilidade urbana e transporte público. No último dia 24, o governo anunciou que vai disponibilizar mais R$50 bilhões para investimentos em obras no setor em resposta à onda de manifestações que ocorreram no país e que tiveram origem na reivindicação do Movimento Passe Livre pela redução da tarifa de ônibus em São Paulo. Estamos olhando a possibilidade de, reduzindo outros gastos, poder investir mais, disse a presidenta em entrevista após reunião ministerial. Em relação à proposta de tarifa zero, Dilma disse que a redução tem que ter fonte de financiamento definida. Não há como supor que qualquer redução tarifária possa sair de outro bolso que não o nosso, como contribuinte ou como usuário, por isso a necessidade de discutir investimentos. A presidenta disse que os investimentos em transporte público, principalmente metrô, foram negligenciados durante muitos anos. É impossível conceber um país com cidades que chegam a 20 milhões sem uma estrutura de trasporte urbano baseado em metrô, VLT [veículo leve sobre trilhos], BRT [sigla em inglês para trânsito rápido de ônibus], transporte integrado e com a questão, tão bem colocada, dos preços das tarifas, avaliou. Dilma interrompeu a reunião ministerial para dar a entrevista coletiva. A presidenta está reunida com sua equipe ministerial para discutir a onda de manifestações no país e as medidas que serão adotadas pelo governo em resposta aos protestos. A reunião ocorre na residência oficial da Granja do Torto. Além dos 37 ministros e representantes do governo, os líderes do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) e no Congresso, José Pimentel (PT-CE), também participam da reunião. Apenas os ministros da Cultura, Marta Suplicy, e das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que estão em viagem ao exterior, não participaram da reunião, mas enviaram representantes. |