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Leilão de termelétrica

Texto publicado no Correio do Brasil - 11 de setembro de 2013 1563 Visualizações
Leilão de termelétrica
 
Desativada desde junho e após 11 anos de operação, com produção suficiente para suprir uma cidade de 100 mil habitantes, a Produtora Independente de Energia de Ribeirão Preto (Pierp), última termelétrica localizada em Ribeirão Preto (SP) não associada à indústria sucroalcooleira, vai a leilão. A usina, que atualmente pertence à JMalucelli Energia, será desmontada e vendida em lote único, com lance inicial de R$ 20 milhões.
O contrato da Pierp com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) garantia um faturamento de aproximadamente R$ 4,5 milhões por mês. Em média, a usina operava durante quatro meses ao ano, de maio a setembro, quando o reservatório das hidrelétricas costumava estar em níveis mais baixos. A Pierp consumia, em média, 40 mil toneladas de bagaço por mês e durante algum tempo a solução foi recorrer à compra de cavaco de madeira como alternativa para a queima.
A falta de oferta da região elevou os custos com transporte. “Para trazer o cavaco de madeira os caminhões precisavam percorrer de 300 a 350 quilômetros de distância. O gasto com frete era tão elevado que eu costumava dizer que tínhamos uma usina movida a diesel”, comenta o presidente da JMalucelli Energia, João Marcos Prosdocimo Moro.
João Marcos disse ainda que a decisão de vender a Pierp foi tomada após constatar que o maquinário da usina ainda estava em perfeitas condições. “Nós operamos durante mais de dez anos, mas nossos equipamentos só foram utilizados no máximo 40% desse tempo. Nossas duas caldeiras têm capacidade para produzir 30 megawatts-hora (MWh) e se forem repotencializadas esse número pode aumentar em até 20%”, explica o presidente.
Segundo o executivo, essa operação consistiria na instalação de leitos fluidizados – que aumentam a geração de calor na queima e produção de energia. O custo aproximado seria de R$ 2 milhões. “O retorno do investimento total vai levar algo em torno de 18 meses, ao passo que montar uma usina nova custa de R$ 90 a R$ 100 milhões”, afirma.
João Marcos Prosdocimo Moro acredita que os mais beneficiados pela compra do maquinário da Pierp são os canavieiros, madeireiros e grandes consumidores de energia, como transformadores de metal e indústrias pesadas. “Do jeito que está, a usina pode produzir 17 mil MW/mês, quantidade de energia suficiente para alimentar até dez serrarias grandes. Além disso, se o excedente de produção for vendido, o preço do Megawatt chega a R$ 280”, detalha.
O leilão já está no ar e os lances devem ser feitos exclusivamente pela internet. Podem participar pessoas físicas e jurídicas, que precisam se cadastrar previamente no site responsável pela venda  www.superbid.net. O encerramento do pregão está previsto para ocorrer em 10 de outubro, às 15h.