Nesta semana, a concessionária que opera o Aeroporto de Guarulhos anunciou parceria com a IBM para integrar os novos sistemas que administram o aeroporto. Quando o Terminal 3 for inaugurado, em maio de 2014, suas operações serão orquestradas por 28 aplicações de computador. Haverá novidades no sistema de bagagem, nos raios-x e no processo de check-in. INFO conversou com Luiz Ritzmann, chefe de tecnologia do aeroporto, que contou um pouco dos bastidores dessa radical transformação tecnológica, que promete facilitar a vida de quem passa pelo aeroporto. Quando começou a renovação dos sistemas do aeroporto? No ano passado, avaliamos a situação geral, do ponto de vista tecnológico. Olhamos redes de comunicação, aplicações... O aeroporto passou por um longo período sem investimentos nessa área. Apesar do seu grande porte, estávamos aquém de operações mais modernas, dos maiores aeroportos do mundo. Começamos as atualizações no início deste ano, construímos um datacenter dentro de uma sala-cofre. Como é essa sala-cofre? Ela tem 260 metros quadrados. Ali, temos a capacidade de processar de 100 a 110 mil passageiros por dia. Guarulhos é o primeiro aeroporto da América Latina com uma sala desse tipo, protegida contra intrusão, bombas, bazucas... Inauguramos em julho, e dali operamos toda a inteligência do aeroporto, distribuição e proteção de rede, firewalls. Vocês já enfrentaram tentativas de invasões de crackers? Esse é um problema comum, e o aeroporto já sofreu com isso, mas sem consequências. Existe um conjunto de equipamentos que nos protege. Mas houve tentativas sim, como acontece com os bancos. Temos a infraestrutura necessária para lidar com esse tipo de ameaça. Qual foi o papel da IBM na renovação desses sistemas? A IBM trouxe capacidade de integração dessas atividades. Temos 28 aplicações rodando ao mesmo tempo: sistemas que controlam alocação de recursos para a aeronave, manutenção, etc. A integração funciona como um rodoanel, que interliga um conjunto de rodovias. Isso permitiu a instalação de pontos de check-in compartilhados, certo? Esse sistema já está operacional, mas não com todas as companhias. Das 43 empresas que operam no aeroporto, 30 já utilizam o ponto comum. Funciona num quiosque onde o passageiro escolhe a companhia e faz o check-in ali mesmo. O atual sistema de Wi-Fi também vai receber melhorias? Temos trabalhado nisso nos últimos três meses. O aeroporto só fornecia conexão na área de embarque. O que fizemos foi ampliar a cobertura para todo o aeroporto, inclusive para as áreas externas, independente de você ter um cartão de embarque. O teste se mostrou adequado, então estamos vendo a capacidade, já que oferecemos conexão a uma população diária de 180 mil pessoas. A conexão será gratuita por um período. No momento, trabalhamos com 30 minutos grátis. Mas a decisão final ainda não foi tomada. Como o sistema de bagagem vai mudar? Alguma solução para as violações e danos às malas? Inicialmente, teremos novidades apenas no novo Terminal 3. Adquirimos de uma empresa holandesa um sistema totalmente automatizado. Você coloca a bagagem em qualquer ponto do terminal e ela segue até o avião sem qualquer intervenção humana. Isso resolve o problema de violação e danos a bagagens. Ao todo, serão 13 quilômetros de esteira. Depois da inauguração do Terminal 3, poderemos realizar as mudanças de estrutura necessárias para instalar esse mesmo sistema nos outros terminais. Nos raios-X muda alguma coisa? Realizamos uma mudança de layout que aumentará o fluxo de passageiros, que passa de 10 pessoas por minuto para 18 por minuto. Também teremos uma máquina a mais em cada terminal. No fim, esse processo todo visa melhorar a experiência geral do passageiro. O processo tradicional de check-in, despacho de bagagem, segurança e imigração não é o mais agradável. Esses pontos não podem deixar de existir, claro, mas podem ser menos custosos. Queremos facilitar a vida de quem passa pelo Aeroporto de Guarulhos. Luiz Ritzmann |