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Tempo de mudanças na Infraero

Por Gustavo do Vale - 13 de novembro de 2013 1138 Visualizações
Tempo de mudanças na Infraero
 
No ano em que completa quatro décadas de operação, a Infraero vive um processo de modernização.
O ambiente externo mudou, levando a empresa a rever sua formulação estratégica e a sua atuação. O desafio é deixar para trás a instituição monopolista do setor, que, sozinha, criou a infraestrutura aeroportuária do Brasil, e olhar para o futuro, no qual outras operadoras atuam e competem por passageiros, aeronaves e cargas.
O fato relevante dessa mudança está em transformar os aeroportos em centros geradores de negócios de alto valor agregado.
Não foi à toa que o leilão dos terminais de Brasília, Campinas e Guarulhos gerou ágios expressivos, tal a percepção dos investidores sobre o grande potencial desses ativos.
Tudo isso é delineado por um ambiente propício à expansão. Na década passada, o setor de aviação civil cresceu 194% no Brasil, enquanto a média mundial aumentou 40%. Além de reforçar o papel econômico do setor, esse crescimento provoca a necessidade de modernização e de investimentos.
Assim, a Infraero iniciou uma série de medidas, tornando os processos internos mais ágeis e capazes de responder aos desafios da concorrência. Uma visão múltipla de mercado, regida por outros valores que ultrapassam a dinâmica estatal.
A empresa reviu sua identidade corporativa, estabelecendo novos contornos para seu negócio e missão. A meta é ser reconhecida, até 2016, como a referência em soluções aeroportuárias e na oferta de serviços complementares, inclusive de consultoria de gestão nos segmentos de atuação de um aeroporto.
Sua estrutura organizacional está sendo remodelada, melhorando o tempo de resposta e dando mais autonomia aos aeroportos, que devem atuar como centros de negócios, com poder decisório e metas de desempenho.
Há novas formas de trabalho para se ampliar ganhos de escala e economia de meios. Um exemplo é a implantação de modelo de gerenciamento de empreendimentos de engenharia, que visa dar respostas mais ágeis na entrega de obras. Os resultados já começam a aparecer.
Em execução, mais de 50 obras relevantes, inseridas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), com investimentos, até setembro, de R$ 1,59 bilhão, 66,1% superior ao total investido no mesmo período de 2012. Outros exemplos são a revisão do modelo de gestão de recursos humanos e a implantação de novo plano de cargos e salários.
Outro foco é a melhoria dos resultados econômico-financeiros, com a aplicação de metodologia de gestão de receitas e despesas. A ordem é economizar e evitar desperdícios.
Não é caminho fácil. Exige sacrifício, dedicação e comprometimento. Contudo, é um caminho essencial para que a empresa dê um salto de qualidade e ofereça, com excelência, soluções aeroportuárias sustentáveis e inovadoras.
No ano passado, quase 200 milhões de passageiros passaram pelos terminais da rede Infraero. Esse fluxo, agora dividido com os novos operadores, é crescente e reforça o desafio de dar um novo rumo à história da empresa.
Queremos que os brasileiros recebam um atendimento eficiente. E os estrangeiros, como é tradição, sejam recebidos de braços abertos em aeroportos confortáveis.
GUSTAVO DO VALE, 62, economista pela Universidade Católica de Minas Gerais, é presidente da Infraero