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O que fazer com a Perimetral de São Paulo?

Texto de Ivan Ventura, publicado no no Diário de São Paulo - 13 de novembro de 2013 1260 Visualizações
O que fazer com a Perimetral de São Paulo?
 
Fotografia da década de 60 mostra a Avenida São João por inteiro
O início da demolição da Avenida Perimetral, iniciado nesta semana, no Rio de Janeiro, reacendeu um velho debate com ares de lenda urbana em São Paulo. O assunto em questão é o destino dos 3,4 quilômetros de via do Elevado Presidente Costa e Silva, mais conhecido pelo apelido de Minhocão.
O debate, que esse ano completou 38 anos, ainda está longe do fim. Ideias, no entanto, não faltam para o destino dessa obra apontada como a maior cicatriz da cidade.
Atualmente, o destino do Minhocão é discutido dentro da proposta Arco do Tietê. No entanto, o que vai ser feito ainda é um mistério. Segundo a SMDU (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano), da Prefeitura, nenhuma ideia está descartada.
Esse é só mais um episódio de um problema que se arrasta desde 1975, quando foi discutida a possibilidade de demolição. No entanto, foi em 1986 que surgiu uma ideia curiosa. O arquiteto Pitanga do Amparo sugeriu ao prefeito da época, Jânio Quadros, a transformação da via em um comprido parque. A proposta foi descartada, mas a sugestão não morreu com o passar do tempo. Hoje, a ideia de Amparo é o motivo da existência da Associação Parque Minhocão, criada em agosto desse ano por moradores.
“Pitanga do Amparo defendeu a versão paulistana dos Jardins Suspensos da Babilônia. O que queremos é um parque no lugar do Minhocão”, disse o presidente da associação, Athos Comolatti.
Outros dois projetos reforçam a proposta do parque. O mais antigo, da década de 80, é o Promenade Plantée, que foi construído sobre uma linha férrea desativada em Paris. O caso mais recente é o da High Line, em Nova York, que também foi construída sobre uma linha de trem desativada.
O parque, no entanto, não é uma unanimidade entre especialistas no assunto. As duas últimas gestões na Prefeitura, por exemplo, defenderam a demolição total ou parcial.
Em 2006, o então prefeito José Serra promoveu um concurso entre escritórios de arquitetura, mais tarde vencido pelos arquitetos do escritório FMGF. “Defendemos uma demolição parcial, de 85% de todo o Minhocão”, disse Lourenço Gimenes, arquiteto e sócio do escritório.
A última proposta foi do ex-prefeito Gilberto Kassab. Ele defendeu a demolição total da obra dentro da Operação Urbana Lapa-Brás. A ideia era demolir o Minhocão e construir uma via alternativa no lugar da linha férrea entre os dois bairros. Ocorre que nenhuma empresa se interessou e a o destino do Minhocão chega à nova gestão sem um destino definido.