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Fibras são alternativas ao amianto

- 13 de novembro de 2013 2447 Visualizações
Fibras são alternativas ao amianto
 
O Brasil nunca esteve tão engajado quando o assunto é construção sustentável. E a indústria de fibrocimento acompanha esse desenvolvimento com a disseminação das fibras alternativas em substituição ao amianto - mineral comprovadamente cancerígeno, - para a aplicação em fibrocimento (cimento reforçado), produto usado em telhas, painéis, caixas d´água e outros produtos.
As fibras alternativas, Poli Álcool Vinílico (PVA) e Polipropileno (PP) que, desde 2005, são conhecidas e normatizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) já são fabricadas em larga escala no Brasil, inclusive com capacidade de atender toda a demanda doméstica, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias e Distribuidores de Produtor de Fibrocimento (Abifibro), entidade que representa o setor.
Sem impacto
O Brasil já está pronto para essa mudança. Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o primeiro realizado por uma universidade sobre o uso de fibras alternativas na indústria do fibrocimento, atesta que não haverá impacto significativo na economia brasileira com o banimento do amianto na construção civil do País. O estudo verificou que as atividades da cadeia produtiva não sofrerão descontinuidade e não haverá impacto sobre emprego, renda e arrecadação de impostos.
Além disso, os custos são compatíveis e tendem a se tornarem ainda mais competitivos quando houver demanda maior por esses produtos. Hoje, até mesmo as grandes fabricantes de produtos com amianto já dominam a tecnologia das fibras sintéticas e, muitas vezes até oferecem esse tipo de material como linhas premium. Ou seja, a transição é simples.
Segundo o presidente da Abifibro, João Carlos Duarte Paes, o Brasil vive um momento de crescimento, investimentos em melhorias e em tecnologia que o torna cada vez mais competitivo. A substituição do amianto por fibras alternativas nos produtos de fibrocimento significariam um grande passo do País em termos de sustentabilidade, ou seja, na geração de benefícios econômicos, sociais e ambientais, afirma Duarte Paes.
Alternativas
Em relação ao produto, Duarte explica que o fibrocimento ou cimento reforçado é encontrado em telhas, painéis, caixas d´água e outros produtos. Inicialmente, as fibras usadas na composição do fibrocimento eram de amianto, mineral reconhecido internacionalmente como cancerígeno. Hoje, o País já conta com alternativas sintéticas _ fibrocimento composto com fios PVA e PP, fibras reconhecidas pelo Ministério da Saúde como seguras.
Desde 2005, a tecnologia para uso das fibras alternativas é conhecida e normatizada no Brasil pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Normas internacionais similares já existem há mais de dez anos.
Em relação ao descarte, o fibrocimento feito com amianto entra na categoria D dos resíduos perigosos e seu descarte requer um processo diferenciado e custos altos. Já os feitos com fibras sintéticas de PP ou PVA não são considerados materiais perigosos. Além disso, são recicláveis, podendo ser reaproveitados.
Banimento
O Brasil ainda não faz parte do rol dos 60 países que baniram o uso de todos os tipos de amianto, entre eles, o crisotila ou amianto branco, mineral comprovadamente cancerígeno. Apesar de alternativas mais saudáveis, mesmo após ter assinado o acordo na Convenção OIT 162, se comprometendo a substituir o produto, o Brasil ainda não extinguiu seu uso.
A Internacional Green Building Council aponta o nosso País como o quarto do mundo no ranking mundial de construções sustentáveis, atrás dos Estados Unidos, China e Emirados Árabes.
Legislação
Apesar da lei federal 9055/95, que restringe e controla o uso do amianto, cinco estados contam com leis que proibem o uso do mineral: São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul. As leis estão suspensas para que seja examinada a sua constitucionalidade ou não no Supremo Tribunal Federal (STF).
Os primeiros registros de uso do amianto datam de três mil anos antes de Cristo. Gregos, egípcios e chineses teriam usado as fibras de amianto na confecção de tapetes e tecidos. Consta que finlandeses teriam misturado o amianto com argila para produzir panelas mais resistentes ao fogo e à tração mecânica.
O fibrocimento foi inventado em 1900 por Ludwig Hatschek. A mistura de cimento e fibras de amianto, na proporção de 9 para 1, fez o mercado multiplicar a produção de telhas, tubos e divisórias, revolucionando a construção civil. Em 1929 foi desenvolvido o processo de produção de tubos de fibrocimento para a distribuição de água potável.