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Brasil leiloa 72 blocos de gás natural e não convencional em meio à polêmica

Estado de Minas / AFP - Agence France-Presse - 03 de dezembro de 2013 1001 Visualizações
Brasil leiloa 72 blocos de gás natural e não convencional em meio à polêmica
 
O Brasil concluiu nesta quinta-feira uma polêmica licitação de áreas para a exploração de gás natural em terra e de gás não convencional, em meio a críticas de especialistas e ecologistas pela falta de regulação a este tipo de produção.
Um total de 72 dos 240 blocos oferecidos na licitação foram leiloados e 49 ficaram nas mãos da Petrobras sozinha ou em consórcio.
Apenas quatro das 11 empresas estrangeiras habilitadas obtiveram blocos: a francesa GDF Suez, a colombiana Petrominerales (por meio da Alvopetro), a panamenha Trayectoria Oil y Gas, e Geopark de Bermudas, informou à AFP uma porta-voz da agência de petróleo.
A diretora da ANP, Magda Chambriand, destacou que o objetivo da rodada era semear a cultura da exploração de gás natural no Brasil.
A questão mais polêmica é a exploração do gás não convencional - gás de folhelho (xisto) - pelo potencial contaminador do mecanismo de extração, já que implica uso de produtos químicos e grandes quantidades de água para fraturar as rochas e os procedimentos não estão regulados no país.
A exploração de gás com técnicas de fratura hidráulica suscita enorme polêmica em todos os países, por seus enormes impactos ambientais, razão pela qual alguns países europeus a proibiram, como a França. Nos Estados Unidos, onde a técnica é empregada há quase uma década, há um crescente número de denúncias de contaminação de aquíferos e águas superficiais, denunciou o Instituto SocioAmbiental (ISA), em uma audiência pública prévia à licitação.
Os poços a ser licitados se encontram sobre os principais aquíferos brasileiros, com destaque para os que se localizam sobre o aquífero Guarani (sudeste), que abastece boa parte da produção agrícola, industrial e abastecimento doméstico do país, segundo o instituto.
A diretora da ANP, Magda Chambriand, garantiu que o Brasil está preparando uma regulação com as normas ambientais.
Outra crítica é que os blocos se encontram longe dos principais gasodutos do país.
Esta é a terceira rodada licitatória de petróleo e gás deste ano, depois de anos de paralisia durante os quais o país reformou a legislação sobre distribuição de royalties, após a descoberta de gigantescas jazidas em águas ultraprofundas, o pré-sal.