Nova etapa do projeto “Cresce Brasil” prioriza a Engenharia de Manutenção
A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) lançou em junho de 2019 mais uma etapa do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, iniciativa que surge como uma importante contribuição ao plano nacional de desenvolvimento. Na nova edição, intitulada “Engenharia de Manutenção”, a entidade desenha um diagnóstico da situação geral das estruturas e edificações brasileira e aponta caminhos técnicos, políticos e administrativos para assegurar inspeção, conservação e manutenção permanentes.
Vale mencionar que a publicação teve como ponto de partida o seminário “Pontes, viadutos, barragens e a conservação das cidades – Engenharia de manutenção para garantir segurança e qualidade de vida”, promovido pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp), em abril deste ano. Além do conteúdo técnico, esta etapa traz uma análise da política de gestão que trouxe o País à atual situação precária e perigosa de viadutos desabados e barragens rompidas, mas também de cidades alagadas, prédios incendiados e equipamentos públicos que não oferecem condições adequadas de atendimento à população.
Logo, o objetivo do documento é garantir segurança à população e correta aplicação dos recursos públicos, com a participação absolutamente essencial da engenharia e de seus profissionais. Quem apresenta esta visão é Murilo Pinheiro, presidente da FNE. Segundo ele, o ponto fundamental do trabalho é a proposta de implantação pelas administrações nos níveis municipal, estadual e federal de um órgão com dotação orçamentária e corpo técnico qualificado de Engenharia de Manutenção. “Isso garantirá que a tarefa seja cumprida efetivamente e de forma adequada, sem improvisos”, afirmou.
De pontes e viadutos a edificações
No que diz respeito às pontes e viadutos, o estudo abordou diversos instrumentos normativos e a importância das atividades de manutenção correlacionadas com o aumento da vida útil das estruturas, que visam corroborar na cultura de inspeção e manutenção, mostrando que essas atividades são importantes para o desenvolvimento socioeconômico e manutenção da sustentabilidade do país. As manutenções proporcionam um aumento na vida útil da estrutura e, para que sejam eficazes e viáveis sob os aspectos financeiros, estruturais, funcionais e de durabilidade, é necessária uma gestão de atividades de inspeção e manutenção com procedimentos de inspeções sistemáticos, previstos por toda a vida útil da estrutura.
Já sobre as barragens de mineração, a nova edição do projeto sugeriu alguns pontos a serem discutidos para alterações na Lei 12.334/10, que instituiu a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB). São eles: alteração no protocolo técnico de verificação da segurança de barragens de mineração, tornando-o mais rigoroso e a não isenção da responsabilidade da empresa proprietária da barragem nos atestados de estabilidade das barragens de mineração, mesmo que estes sejam elaborados por uma empresa independente.
Para a manutenção em cidades, a recomendação da FNE é que, a cada nova implantação ou inauguração de equipamentos públicos, imediatamente deverá existir um trabalho de cadastramento, planejamento e acompanhamento desse equipamento para que funcione em perfeito estado de conservação ou manutenção e assim possa oferecer o adequado serviço que as Administrações Públicas devem oferecer.
Por fim, esta edição abordou quatro agentes principais que exercem interferências diretas nas edificações. São elas: ambiente agressivo; vícios ocultos; operação e uso; e qualidade dos projetos. O estudo concluiu que se uma edificação não for adequadamente projetada, considerando a sua localização, o tipo de uso, na durabilidade dos à qualidade dos materiais e, se não for realizada manutenções preventiva e corretiva adequadas, inevitavelmente incorreremos em perdas relacionadas à vida útil, segurança, conforto e depreciação.