Demolição com responsabilidade ambiental e redução de custo
Redação EC
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16 de agosto de 2019
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Países desenvolvidos, com pouca extensão territorial e com aumento significativo de população, são os líderes em demolição. Como exemplo temos o Japão, onde estruturas antigas dão lugar a construções que atendem às necessidades urbanas e tecnológicas atuais.
No entanto, por conta da falta de planejamento urbano na construção das cidades, a concentração da população nas metrópoles e as demandas de infraestrutura e tecnologia, o Brasil está no ranking dos países com grande potencial de demolição.
Nos processos de expansão imobiliária, industrial e melhorias de infraestrutura, considerar a demolição de uma estrutura antiga para dar lugar a uma nova passa a ser um item importante no planejamento de engenharia e, naturalmente, aparecem as questões ambientais que implicam nessa atividade.
Os usuários, contratantes e empreendedores cada vez mais estão alinhados às práticas sustentáveis e à destinação de resíduos, o que obriga as empresas de engenharia de demolição a trabalharem com responsabilidade ambiental para garantir tanto a qualidade quanto a certificação da obra nova.
O ponto de partida para o planejamento de demolição é a análise da obra e a definição da metodologia. Confira algumas opções abaixo:
Demolição manual
Utilizada quando a estrutura da edificação não suporta o peso de máquinas, quando é necessário separar a edificação a ser demolida daquela que será preservada e quando apresenta risco de queda de material desagregado sobre transeuntes ou equipamentos.
Demolição mecânica
Consiste em demolições de médio e grande porte, que suportam a utilização de máquinas e equipamentos providos de motores, como escavadeiras, carregadeiras, guindastes, martelos pneumáticos, plataformas, caminhões e tesouras hidráulicas.
Demolições de galpão e fábricas
É utilizada para reaproveitamento rápido de espaços. No processo de demolição de galpão são demolidas lajes e vigas de concreto, estruturas metálicas, reservatórios em concreto armado, pisos industriais, etc.
Demolição de alto risco, áreas contaminadas ou após sinistros
São serviços executados em grandes alturas, locais de difícil acesso ou em áreas com instalações em atividade e com pessoas circulando sob o local, determinando medidas de proteção e segurança extremas. Todo trabalho é realizado de maneira cuidadosa, eliminando todo e qualquer risco de queda de material ou ferramentas.
Também se aplica às áreas com contaminação ambiental ou que sofreram sinistros como incêndios ou desmoronamentos.
Além desses métodos também existe a demolição por implosão, que é um processo complexo que exige o conhecimento do projeto estrutural da obra para compreensão dos elementos de apoio para o planejamento do uso dos explosivos.
Aproveitamento de resíduos
A opção pelo método de demolição implicará no maior ou menor aproveitamento de resíduos. O que mais proporciona aproveitamento é a demolição manual, que com a tecnologia disponível pode-se chegar a 100% de aproveitamento. Algumas estruturas antigas podem guardar matérias primas valiosas, metais, madeiras, pedras, acabamentos.
Esse aproveitamento resulta na diminuição do custo da demolição,
A indústria da reciclagem
É necessário que se faça a separação e catalogação dos materiais segundo a resolução do Conama, o acondicionamento correto de acordo com suas classificações e então destiná-los à reciclagem. Esse processo tem se aperfeiçoado cada vez mais e as empresas que compram resíduos precisam ter licença de funcionamento de órgão regulador que permita a emissão da CTRS, que é um documento que comprova o descarte regular e correto.
Embora a norma da ABNT tenha sido cancelada no início dos anos 2000, o setor está maduro o suficiente para atender o mercado com respeito ao meio ambiente, esse é um diferencial das empresas que atuam com engenharia de demolição. O mercado espera uma nova Norma Técnica, atualizada e que contemple os avanços tecnológicos do período.
Mesmo com o aumento da importância da engenharia de demolição, no Brasil, essa disciplina não faz parte do currículo das universidades. O conhecimento é adquirido na prática, em cursos de engenharia ambiental e civil ou em cursos de formação oferecidos no exterior.
A experiência prática do engenheiro é o que mais o credencia para o exercício da atividade de demolição. Somando ao planejamento, análise de riscos e ao estudo minucioso da obra a ser demolida, é possível garantir a qualidade do trabalho e a destinação dos resíduos com segurança e precisão.
Uma empresa de demolição precisa ter em seu quadro técnico profissionais de engenharia civil, com experiência em demolição, planejamento e gestão ambiental, equipe técnica operacional, técnicos de segurança, apontador, profissionais de oxi-corte, encarregados, gestores de frota e operadores de máquina.