Industrialização da construção civil torna o setor mais sustentável e eficiente
*Por Murilo Feltran
Modernizar o setor da construção é um desafio em todo o mundo. Essa mudança se faz necessária, pois, ainda é uma indústria que demanda grande consumo de água e energia, além de ser responsável pelo descarte de alto volume de resíduos.
Nos canteiros de obras, por exemplo, a água é o insumo mais utilizado. De acordo com os dados do comitê temático da água do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, em média 50% da água potável fornecida para áreas urbanizadas é destinada para a construção civil. Para a produção de um metro cúbico de concreto, é necessário, em média, de 160 a 200 litros de água, segundo o Departamento de Engenharia de Construção Civil e Urbana da Escola Politécnica da USP.
Já o consumo de energia elétrica nas edificações corresponde a cerca 50% de toda eletricidade consumida no país. Cerca de 70% do gasto de energia elétrica nos prédios públicos se deve ao uso dos sistemas de iluminação e climatização dessas edificações, de acordo com o Procel (Centro Brasileiro de Informação de Eficiência Energética). Já os resíduos da construção civil representam mais da metade do volume de resíduos sólidos gerados em meio urbano, segundo o Ministério das Cidades.
Para mudar esse cenário, a construção civil vê a industrialização de seus processos como um meio de torná-la mais sustentável. Um exemplo que já vem sendo usado no setor são as telhas e os painéis isotérmicos com núcleo em espuma rígida de poliuretano. Eles têm como principal foco o isolamento térmico e a consequente eficiência energética, mas também reduzem drasticamente o uso de água.
Visando aperfeiçoar as propriedades para o uso desse material na construção civil, a BASF desenvolveu o painel sanduíche de poli-isocianurato, Elastopir, que atende requisitos essenciais de segurança ao fogo, mantendo as demais propriedades do poliuretano tradicional. O material permite mais rapidez, eficiência, redução de mão-de-obra, menos resíduo e durabilidade para a construção.
A sustentabilidade é um dos principais pilares dos painéis isotérmicos, já que elimina a necessidade do uso de água em todo o processo produtivo, desde sua fabricação, até a obra. Outra vantagem é que, por ser um método industrializado, a construção leva até a metade do tempo quando comparada a processo com materiais tradicionais, como blocos e tijolos, e reduz em até 40% a necessidade de mão de obra. Na questão dos resíduos, a taxa de desperdício do material é de apenas 0,5%, o que representa oito vezes menos perdas do que o sistema tradicional, uma vez que as peças do Elastopir são encomendadas na medida exata.
Com a obra finalizada e a solução sendo utilizada nas paredes e telhado, é possível reduzir em 50% o consumo de ar condicionado durante o ano, quando comparada a uma edificação com materiais convencionais. Isso porque apresenta níveis baixíssimos de condutividade térmica quando comparado a isolantes convencionais. Ele reduz em até 90% a transferência de calor entre os ambientes e é 20 vezes mais isolante que tijolos e 80 vezes mais que o concreto.
Na questão de prevenção aos incêndios, o material em poli-isocianurato é capaz de alcançar elevados níveis de segurança ao fogo atendendo às normas brasileiras de construção nos mais diversos requisitos. Atualmente, ele é utilizado em grandes empreendimentos, como shoppings, indústrias, galpões e alojamentos.
*Murilo Feltran é engenheiro e gerente de marketing e produto de Materiais de Performance da BASF