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Competitividade do Brasil a médio prazo preocupa, dizem empresários

Folha S. Paulo - 08 de abril de 2014 1023 Visualizações
 Competitividade do Brasil a médio prazo preocupa, dizem empresários
 
A infraestrutura foi um dos temas do encontro, que reuniu cerca de 600 representantes de empresas, da academia e outras lideranças no país da América Central. Estudo do Fórum Econômico Mundial aponta que haverá um deficit de US$ 1 trilhão por ano nos investimentos em obras como rodovias, portos e aeroportos no mundo.
A preocupação dos empresários não é só com a infraestrutura física, mas também com a produtividade e competitividade da economia brasileira.
O crescimento [do Brasil] está abaixo do esperado, mas ainda é um crescimento saudável. No curto prazo não estou muito preocupado. No médio e longo prazo estou vendo mais coisas que preocupam, diz Henk de Jong, presidente da Philips na América Latina. Precisamos de mais investimentos em infraestrutura, educação e saúde e menos burocracia. Cada vez mais a competitividade do produto brasileiro fora do Brasil está baixando, diz ele.
Empresários ouvidos pela Folha se mostram moderadamente otimistas com os negócios que devem ser trazidos ao país pela Copa do Mundo e pela Olimpíada, mas o tom não é de euforia. Há também uma certa decepção com projetos de infraestrutura que haviam sido prometidos para esses eventos e não foram feitos ou não ficarão prontos a tempo. Além disso, o ano eleitoral coloca muitos projetos em compasso de espera.
Gostaríamos de ver o Brasil dando mais passos à frente em infraestrutura e abertura da economia, como estão fazendo países como o Chile, Peru, Equador e Colômbia, diz Craig Smith, presidente da rede de hotéis Marriott para a América Latina. O Brasil, a Venezuela e a Argentina estão prejudicando a si mesmos com a proteção a suas economias.

Divisão
Enquanto os governos da Argentina e Venezuela ignoram o encontro, presidentes de pequenos países da América Central aproveitam o fórum para mostrar à comunidade empresarial as reformas que vêm fazendo para atrair investimentos.
Na abertura do evento, o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, criticou Argentina e Venezuela por perderem tempo. O país, que cresceu 8% em 2013, deve concluir no ano que vem uma expansão do canal do Panamá ao custo de US$ 5,3 bilhões e vem atraindo investimentos com obras de infraestrutura como ampliação do aeroporto de Tucumen e da zona franca de Colón.
Martinelli vem trocando farpas com Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, especialmente depois de a deputada venezuelana da oposição María Corina Machado ter aceitado um convite do Panamá para falar em uma sessão da OEA (Organização dos Estados Americanos). No começo de março, Maduro rompeu as relações comerciais e diplomáticas da Venezuela com o Panamá.
Laura Chinchilla, presidente da Costa Rica, Otto Perez Molina, da Guatemala e Kamla Persad-Bissessar, premiê de Trinidad e Tobago, também estavam na abertura do fórum.