Mobilidade urbana é tema de live promovida pela Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo
Redação EC
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21 de maio de 2020
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O secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, realizou uma transmissão ao vivo, no dia 14 de maio, para conversar com os portais especializados na cobertura da mobilidade urbana. A live foi mediada pela jornalista, Carla Modena, e contou com a participação do Diário dos Transportes, Direto dos Trilhos, Portal Linhas Metropolitanas, Mobilidade Sampa, Via Trólebus e o site Metrô/CPTM – canais que acompanham atentamente as ações da Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) do Estado de São Paulo.
A STM é responsável por gerenciar três empresas que, juntas, transportam mais de 10 milhões de passageiros por dia: a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), o Metrô e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU).
A operação, que já é complexa, tem se superado para transportar os cidadãos e evitar a disseminação da Covid-19. As linhas de trens, sendo CPTM e Metrô, estão ativas com pelo menos 50% da operação nos entrepicos e 65% nos horários de pico, considerando as diminuições do fluxo de passageiros e do efetivo envolvido nas operações desses transportes, uma vez que há um número considerável de profissionais afastados devido à pandemia. Já o número de passageiros, citou o secretário, caiu para 19% em alguns dias.
Entre as medidas adotadas, Baldy destacou o cuidado redobrado com a higienização. “Temos sido referência nesse aspecto. Fazemos a higienização da noite, que é mais detalhada. A cada 72 horas, realizamos a limpeza nas partes interna e externa. Já a higienização de superfície, no fim da linha, tem sido um desafio”, explicou. Para tentar sanar a questão, ele disse que tem sido testada a lâmpada de luz ultravioleta na descontaminação de bactérias e vírus. A viabilidade econômica e operacional desse recurso está em estudos também, já pensando na retomada do fluxo de passageiros após a pandemia.
“Temos buscado evitar aglomeração nas plataformas e nos trens, monitorando o uso de máscaras pelos passageiros, que foi determinado pelo governador João Dória”, disse. Segundo o secretário, as estratégias em andamento estão alinhadas com países como Alemanha, Suécia e Coréia do Sul, nos quais o combate à disseminação do novo coronavírus tem se mostrado eficiente.
Na sequência, Baldy comentou sobre o plano “Operação Monitorada”, que foi implantado em março e é avaliado desde então. “Nós buscamos registros fotográficos de horários de pico e momentos específicos, para entender a movimentação de cada plataforma e de cada estação de transporte metroferroviário. A partir disso, conseguirmos viabilizar medidas como injeção de trens para oferecer o transporte com proteção à saúde. Foi o que fizemos na linha 11 Coral da CPTM, onde retomamos 100% da frota devido à demanda”, reforçou.
Com relação à queda na receita do Metrô e da CPTM, o secretário da STM lembrou que o governador, João Dória, tem sido claro de que qualquer perda de arrecadação será custeada pelo próprio governo e não pelo passageiro. Nesses dois casos, de 80 a 85% dela é oriunda do Bilhete Único, administrado pela Prefeitura Municipal de São Paulo.
Para os ônibus metropolitanos, no entanto, Baldy destaca que os desafios são diferentes e ainda maiores, por envolverem empresas privadas que estão lidando com uma queda brusca nas receitas. Especificamente sobre este tipo de veículo, o secretário acrescentou o esforço para acompanhar as 44 empresas responsáveis pelo atendimento das 39 cidades, que compõem a Região Metropolitana de São Paulo, para que elas tenham condições de continuar operando mesmo depois da pandemia.
Ao concluir a fala sobre este tema, ele pontuou que todos esses modais, sejam de ônibus ou trens, precisarão estar prontos para retomarem suas operações quando as atividades econômicas também forem retomadas. “É fundamental não deixarmos as empresas quebrarem ou falirem. Ao fim dessa pandemia, precisamos ter essas operações de ônibus, Metrô e CPTM em condições de retomar a total capacidade de transporte de passageiros”, finalizou.
Durante o encontro virtual, Baldy também foi questionado sobre o monotrilho e a venda da concessão da linha 6 Laranja. Em relação ao monotrilho, ele informou que as empresas do Consórcio Expresso Monotrilho Leste (CEML), formado pela OAS, Queiroz Galvão e Bombardier, está realizando testes na via, cuja operação foi paralisada por problemas nos pneus do trem. As investigações indicam problemas nos conjuntos “run flat”, o que tem demandado a troca desses elementos em todos os veículos. A expectativa do secretário é de que a linha volte à operação em junho de 2020.
De acordo com ele, a construtora espanhola Acciona já abriu uma empresa para assumir o lugar da Move São Paulo. A nova empresa é a Linha Universidade, que já foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e deverá encaminhar a consolidação do negócio para retomada das obras, que estão paradas desde 2016.