Logotipo Engenharia Compartilhada
Home Notícias Incor utilizará ventiladores pulmonares produzidos pela Poli
SAÚDE

Incor utilizará ventiladores pulmonares produzidos pela Poli

Jornal da USP - 17 de julho de 2020 1392 Visualizações
Incor utilizará ventiladores pulmonares produzidos pela Poli

Ogovernador de São Paulo, João Doria, anunciou que o Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP vai começar a utilizar dez ventiladores pulmonares, desenvolvidos por pesquisadores da Escola Politécnica (Poli), em pacientes acometidos pela covid-19, a partir de amanhã, dia 16 de julho. O anúncio foi feito durante coletiva realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

O projeto do Ventilador Pulmonar Inspire surgiu com o objetivo de desenvolver um equipamento nacional, livre de patente, de baixo custo e de rápida produção para oferecer uma alternativa e suprir uma possível demanda emergencial do aparelho causada pela pandemia.
“É um grande dia para a ciência brasileira. Um grande anúncio que parte da USP, a melhor universidade do País e da América Latina”, declarou o governador. “Estes equipamentos demonstram a capacidade dos pesquisadores, professores e alunos que desenvolveram, em apenas quatro meses e a um baixíssimo custo, a produção de respiradores. Ainda em pequena escala, mas que, ao longo do tempo e gradualmente, ganhará condições mercadológicas”, disse Doria.

O equipamento começou a ser desenvolvido em março deste ano. Desde então, uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Poli, coordenada pelos professores Marcelo Knörich Zuffo e Raúl Gonzalez Lima, tem trabalhado para viabilizar o Inspire.

Em abril, o projeto foi aprovado nas etapas finais de testes, realizadas com quatro pacientes do Incor. O respirador foi considerado aprovado em todos os modos de uso e não houve nenhum problema com os pacientes.

O ventilador já foi certificado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e, atualmente, passa por testes para avaliação da imunidade eletromagnética, última exigência técnica para obter a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Esta é uma vitória da ciência e do Estado de São Paulo, que confia, apoia e financia seus centros de pesquisa”, comemorou o reitor da USP, Vahan Agopyan, durante o evento.

O coordenador do projeto, Raúl Gonzalez Lima, ressaltou que a pesquisa é resultado de um trabalho que vem sendo desenvolvido há mais de 20 anos e que conta com a parceria de várias Unidades de Ensino e Pesquisa da USP e a participação de mais de 200 pesquisadores.

Lima explicou também que o Inspire foi viabilizado graças às doações de equipamentos e materiais feitas por empresas e de recursos provenientes de mais de 800 pessoas físicas, dentro do programa USP Vida. Segundo ele, o montante de doações chegou a R$ 7 milhões.

Os equipamentos estão sendo produzidos a partir de uma parceria da USP com o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).