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Risco de racionamento de energia é 6x menor que em 2001, diz Zimmermann

Da redação, com informações da Agência Brasil - 08 de maio de 2014 1425 Visualizações
Risco de racionamento de energia é 6x menor que em 2001, diz Zimmermann
O risco de racionamento de energia elétrica no Brasil é seis vezes menor do que em 2001, afirmou nesta terça-feira (06/05) o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann. Representando o ministério no Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico, que acontece no Rio de Janeiro, Zimmermann afirmou que não há necessidade de medida adicional para garantir o fornecimento diante dos baixos níveis dos reservatórios.
O sistema na época estava desequilibrado. Hoje, ele é equilibrado e qualquer um pode observar [na comparação da série histórica] que os riscos chegavam a ser seis vezes maiores do que são agora, disse o ministro, ao acrescentar que amanhã, na reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, serão divulgados mais detalhes sobre os riscos de déficit no sistema elétrico, após o fim do período chuvoso.
Zimmermann antecipou que o risco de déficit na série histórica em maio deste ano está em 3,7%, enquanto em 2001 a possibilidade chegou a 24,7%. Na série sintética, o risco está em 6,7%, enquanto em 2001 os dados indicavam 18,7%.
No Nordeste, onde o risco em maio de 2001 chegou a 44,4% na série histórica, o valor atual é zero. Na série sintética, a diferença é semelhante, de 44% para 1,9%.
Para 2015, Zimmermann afirma que também não há necessidade de medidas diferentes: pelos dados de maio, também não está caracterizada nenhuma situação além do alerta atual.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, fez uma avaliação parecida com a de Zimmermann, ao mencionar que o aumento da capacidade instalada e a diversificação da matriz energética contribuem para o menor risco, apesar da situação climática semelhante.
Temos uma situação estrutural totalmente distinta de 2001, disse o presidente, que destacou ainda a capacidade das linhas de transmissão, que dobrou: Em 2001, sobrou energia no Sul, mas não havia capacidade de transmiti-la para o Sudeste. Aumentou-se enormemente a capacidade de intercâmbio entre as regiões.
  
Racionamento só será recomendado se projeções mudarem
ONS não deve pedir mudança na política energética durante a reunião do CMSE
 
O racionamento de energia só será recomendado pelo setor elétrico se for necessário, afirmaram nesta terça-feira (06/05) o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, e o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp. Ambos disseram que não há indicadores que apontem essa necessidade, mas que, caso isso mude, os agentes do setor não deixarão de recomendar o racionamento.
Ninguém vai se furtar de tomar nenhuma medida. O que não se pode é tomar uma medida precipitada, porque isso tem um custo também. É preciso haver indicadores claros de que isso é necessário, e, hoje, os dados apresentados pelo ONS não imputam essa necessidade, disse Tolmasquim. A última projeção previu os reservatórios em 18% em novembro. A gente está num cenário que é de atenção ainda, mas, é claro, um cenário mais confortável do que antes. E esperamos que continue assim, concluiu.
Hermes Chipp afirmou que a previsão para novembro, mês em que termina a época de seca no Sudeste, é de que os reservatórios da região cheguem a 18,5%, caso a afluência dos rios se confirme em 78% da média histórica. Para isso, também será necessário articular a flexibilização das restrições às hidrelétrica com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e com a Agência Nacional de Águas. Em alguns casos, há requisitos de uso múltiplo da água, para permitir o trânsito em hidrovias e a captação.
Em primeiro lugar, existe um aspecto muito importante nessa decisão [de iniciar um racionamento], que eu chamo de dois riscos: o primeiro é o risco de se precipitar sem haver a necessidade corrente, e você ter um arrependimento, dada a consequência que existe nessa decisão, principalmente para os geradores, e o fato de criar um transtorno desnecessário. E a outra é você não fazer e criar um problema mais sério no futuro. Como eu mostrei, não se tem hoje nenhum indicador que aponte uma racionalização ou uma campanha de racionamento, disse Chipp.
Como Tolmasquim, o diretor-geral do ONS assegurou que o operador recomendará o racionamento caso haja uma afluência menor e níveis mais baixos nos reservatórios. Mas isso não é esperado. Está fora de cogitação, afirmou Chipp, antecipando que não pedirá nenhuma mudança na política energética na reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, que ocorrerá amanhã.