Previsões sobre racionamento de energia têm viés político, afirma Chipp
-
21 de maio de 2014
1085 Visualizações
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, afirmou, durante evento realizado em São Paulo, que por trás das críticas dos especialistas sobre a crise energética e o risco de racionamento de energia existe um viés político.
Durante o 15º Encontro de Energia, realizado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), o diretor-geral ficou visivelmente incomodado com as críticas feitas pelo economista e consultor Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a última do painel A nova configuração da matriz elétrica brasileira, que chegou a arrancar palmas da plateia.
Em sua apresentação, Pires afirmou que o governo fez uma sequência de barbeiragens e que jogou no chão o setor de
energia. As palmas aconteceram após o consultor afirmar que um país democrático não centraliza a gestão da política energética. Nos bastidores, Pires é apontado como provável futuro coordenador do programa de energia do pré-candidato à presidência Aécio Neves (PSDB).
O Adriano Pires é contra tudo. Não é possível que alguém erre o tempo todo, disse. Segundo Chipp, o viés político pode ser observado a partir do momento em que os especialistas deixam de lado o aspecto técnico e misturam os problemas estruturais (capacidade de abastecimento) com os conjunturais (escassez de chuva). Embora a diversidade, em função da meta de redução de custo, não ter sido a mais adequada, há sobra de garantia física. O sistema está equilibrado, garantiu.
Segundo Chipp, a conjuntura está desfavorável, mas a partir do momento em que isso não reflete no abastecimento, não há crise. Se eu falasse um negócio desses era capaz até de ser vaiado, pelo tanto que ele foi aplaudido. Meu viés não é político, eu sou técnico., disse o diretor, que não pode rebater as críticas porque o painel terminou sem espaço para réplicas ou mesmo perguntas da plateia.
De acordo com o diretor-geral, os críticos fazem essas previsões mais, digamos, apocalípticas há anos. Esse pessoal que fala que vai faltar energia toda hora, que calcula risco de 40% a 50% [de racionamento], está fazendo isso desde 2007, como ele [Pires] mesmo citou. Mas cadê o racionamento? Quem disse que vai ter, não é cobrado depois que não tem. Cobrados somos apenas nós, do governo, reclamou.