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Investimento em obras pode superar 1 trilhão em 10 anos

Sobratema e Abrainc - 15 de outubro de 2020 1012 Visualizações
Investimento em obras pode superar 1 trilhão em 10 anos

Segundo declaração do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, se o Brasil fizer a “lição de casa” terá condições de captar até 1,3 trilhão de reais para investimento em obras, nos próximos 10 anos. O que está faltando, de acordo com o próprio ministro, é o país apresentar uma carteira de projetos robusta para atrair o capital que está disposto a investir – sobretudo, o internacional.

Ao participar de live no evento “Incorpora 2020”, Marinho listou as áreas que tendem a atrair mais recursos até 2030. São saneamento básico (700 bilhões de reais), mobilidade urbana (300 bilhões) iluminação pública (30 bilhões) e setor ferroviário (30 bilhões), além do Casa Verde e Amarela, infraestrutura rodoviária e infraestrutura hídrica. “Vencida a pandemia, não tenho dúvidas de que a construção será o carro-chefe para a retomada do crescimento”, diz Marinho.

O ministro do Desenvolvimento Regional destacou no evento que o marco legal do saneamento básico, sancionado em julho de 2020, só precisa que o Congresso Nacional vote os 18 vetos da Presidência da República para efetivamente começar a valer no país. Rogério entende que esse grande gerador de obras irá mexer com toda a cadeia produtiva da construção civil. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) confirmam a tese do ministro.

Para alcançar a universalização do saneamento até 2033, o país precisa investir 753 bilhões de reais. Significa que de cada R$ 1 real investido há um retorno de R$ 2,50 reais para a economia, dos quais R$ 0,76 centavos diretamente para a construção civil. “Há um potencial multiplicador muito grande para a nossa economia a partir do saneamento”, ressalta Ilana Ferreira, superintendente técnica da ABCON (Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto).

Setor voltado para grandes obras de infraestrutura teme falta de mão de obra
Segundo o economista Igor Rocha, diretor de planejamento e economia da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o marco do saneamento, de fato, tem grande potencial para impulsionar obras de infraestrutura no Brasil. Porém, ele faz uma análise mais realista do potencial da lei. “Acho que não atingiremos os estimados 700 bilhões de reais até 2033. Avalio que o volume de investimento ficará na metade disso, por volta de 300 bilhões de reais em 10 anos, o que já é muito. Isso daria uma média de 30 bilhões de reais por ano. Significa o dobro do investimento atual, que beira os 14 bilhões de reais por ano”, avalia.

Prevendo grande demanda de obras, a Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), que acompanha o mercado de máquinas e equipamentos para construção e mineração, estima crescimento do setor acima de 30% em 2020. “O pessoal passou o ano comprando máquinas, se preparando para a perspectiva de grande demanda por obras nos próximos 5 anos”, revela Eurimilson Daniel, vice-presidente da associação. O dirigente afirma que o aquecimento só não é maior porque a indústria não está conseguindo repor os estoques para pronta-entrega.

A avaliação dos organismos voltados para grandes projetos de infraestrutura é de que, além do mercado de máquinas e equipamentos, a mão de obra também comece a faltar nos próximos anos. “O mercado nacional não conseguiu qualificar trabalhadores e não será surpresa se houver a necessidade de importar mão de obra quando os projetos começarem a sair do papel”, estima Igor Rocha.

Entrevistado
Reportagem com base na participação do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, dentro da Incorpora 2020 e no webinar M&T Expo, com o tema “As perspectivas do governo para infraestrutura na retomada da economia”

Contato
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