Feira de negócios apresenta inovações para o transporte na Amazônia, em Manaus
A Crítica
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03 de junho de 2014
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Marcelo Felippes, representante da Airship do Brasil, apresenta modal durante a II TranspoAmazônia (Érica Melo)
Superar as dificuldades logísticas da região amazônica sempre esteve entre as prioridades de empresários interessados em realizar investimentos no Amazonas, sobretudo na área industrial. Além dos incentivos fiscais exclusivos oferecidos pela Zona Franca de Manaus (ZFM), soluções para facilitar o transporte e a logística podem trazer ainda mais negócios e recursos para a economia local.
Algumas dessas inovações foram apresentadas ao público de Manaus entre os dias 21 e 23 de maio na II TranspoAmazônia – feira e congresso internacional de transporte e logística, realizado no Studio 5 Centro de Convenções. ACRÍTICA foi até lá conferir as novidades.
A solução que mais chamou a atenção do público foi o protótipo do dirigível cargueiro da Airship do Brasil, idealizado com a Transportes Bertolini e a Engevix (foto acima). Com a promessa de resolver gargalos logísticos, o modelo estava suspenso para mostrar um novo modal aéreo para a região.
Para o diretor de relações estratégias e institucionais da Airship do Brasil, Marcelo Felippes, que trabalha no projeto há 30 anos, o meio de transporte é um Zeppelin repaginado que pode diminuir em mais da metade do tempo, o transporte de produtos acabados do polo industrial para outras regiões do País.
Novo Zeppelin
Com investimento superior a R$ 110 milhões e capacidade para transportar de 30 a 52 toneladas, o modal inicialmente vai operar a 1.200 pés (400 metros). Segundo Felippes, a capacidade de armazenamento e transporte equivale ao carregamento de sete carretas de caminhão.
Entre as vantagens, o executivo explicou que o modal não exige infraestrutura aeroportuária, uma vez que é necessária apenas uma área para o pouso, tem um custo operacional inferior ao de carretas e navios e é mais rápido.
A primeira rota prevista para o cargueiro vai ligar Manaus a Goiânia, no Centro-Oeste, reduzindo o tempo do percurso de 15 dias para 23 horas. “As primeiras 20 unidades foram encomendados pela própria Bertolini e o tempo para o início do funcionamento deles é de até quatro anos”, adiantou.
Novidades terrestres e fluviais
Os recursos tecnológicos apresentados no evento vão do setor marítimo ao terrestre, bem como a preservação do meio ambienteMas as soluções apresentadas não ficaram apenas no modal aéreo. Para as estradas, a empresa paraense Trabolbrás apresentou em seu estande, uma inovação para carros, ônibus e caminhões, visando preservar o meio ambiente. “Um filtro dotado de celulose especial permite ao motorista praticamente não precisar mais trocar o óleo.
O aparelho recicla o óleo por até 20 mil quilômetros rodados e impede o descarte no meio ambiente. Para quem trabalha com grande volume de veículos, o produto pode ser bastante útil”, detalhou o representante da empresa, Charles Vieira, que projeta economia de 40% a 50% na comparação com o modelo comercializado hoje.
Nas águas, a Transportes Bertolini levoupara a feira, a proposta da balsa coberta. O gerente de navegação da divisão da empresa, Mácio Verdini Rosa, contou que o diferencial da estrutura de 62 metros de comprimento por 12 metros de largura, é possuir uma cobertura móvel , para armazenar até 2,5 mil toneladas de produtos sem o risco de perda em função das variações do tempo.
“Com apenas um comando a parte superior da balsa se abre para o recebimento dos itens e se fecha logo em seguida”, informou, ao projetar o valor do investimento em R$ 3,5 milhões.
Já a Beconal, especializada em construções navais, aproveitou o evento para divulgar os empurradores produzidos pela empresa. As estruturas que servem de apoio para balsas ganharam sistema automatizado, que pode ser controlado à distância. Entre as vantagens, estão segurança e menos custo com mão de obra.