Ranking é o 1o passo de estudo
Um ranking com os procedimentos considerados críticos no Porto de Santos é o primeiro resultado do trabalho de revisão de processos do complexo marítimo feito pela consultoria Deloitte. O levantamento tem como base entrevistas feitas com 40 entidades que atuam no cais santista. Elas apontaram problemas e soluções para as operações do maior porto da América do Sul. A estimativa é de que o estudo seja concluído em 90 dias, no início de setembro.
A lista com os pontos críticos foi apresentada a diretores da Companhia Docas do Estado de SãoPaulo (Codesp), a estatal que administra o cais santista, na última semana. Seu conteúdo não foi divulgado ao público. Segundo a estatal, isso não ocorreu, pois esses são dados preliminares.
Agora, os executivos da empresa vão avaliar essa primeira etapa do levantamento e debatê-la com técnicos da consultoria.
Reduzir de 17 para seis dias o tempo necessário para o desembaraço de mercadorias no Porto de Santos é a principal meta da Codesp neste ano. Para isto, a diretoria-executiva aposta na revisão de todos os processos portuários.
Segundo a estatal, ao todo, 40 entidades serão entrevistadas. São órgãos públicos e privados que atuam no cais santista. Destes, 28 já responderam as questões via internet ou presencialmente.
Algumas delas ainda podem ser retomadas.
Essa pesquisa, parte do projeto de modernização da gestão portuária, avaliará os processos de chegada e saída de navios e de operação e liberação de cargas e passageiros. Também entram no levantamento questões relacionadas ao acesso terrestre dos caminhões e trens aos portos vinculados às companhias docas.
Para alcançar o objetivo, será necessária ainda a identificação de problemas envolvendo arrendatários e operadores portuários.
Demandas e sugestões em termos de sistemas e processos, além da necessidade de obras de infraestrutura, fazem parte do estudo da consultoria.
Ao final do estudo da Deloitte, os órgãos portuários receberão sugestões da consultoria para agilizar os procedimentos.
Entidades como a Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Alfândega serão informados sobre a necessidade de mudanças em suas atividades.
Conaportos
De acordo com o diretor de Planejamento Estratégico e Controle da Codesp, Luís Cláudio Santana Montenegro, se for necessário mudar regras ou procedimentos, um dos caminhos é levar essas questões à Comissão Nacional das Autoridades nos Portos (Conaportos).
A entidade tem o poder de instituir novas normas ou mudar as vigentes. “Eu tenho uma visão de como uma Autoridade Portuária deve funcionar, o presidente (da Codesp, Angelino Caputo) tem a dele. A gente vai meio que dar algumas sugestões com base na nossa experiência, no que a gente já viu e outros diretores também, mas a consultoria tem liberdade para encaminhar e aí vamos discutir. A ideia principal do planejamento interno é trazer de volta esse espírito de autoridade que consegue transformar”, explicou o diretor.