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RESULTADOS

PIB da construção cai 2,5% em 2020

Assessoria - 07 de dezembro de 2020 701 Visualizações
PIB da construção cai 2,5% em 2020

O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentou um estudo econômico sobre o setor de construção brasileiro. De acordo com o documento, o Produto Interno Bruto setorial deve recuar cerca de 2,5% neste ano, que iniciou com perspectivas de crescimento até a chegada da pandemia da Covid-19. O estudo foi apresentado no dia 01 de dezembro, em evento online promovido pela entidade.

Mesmo com o resultado negativo, Ana Maria Castelo, consultora da FGV para os assuntos sobre Construção, conta que a recuperação já acontece para o setor, reforçando também os resultados do Associação Brasileira de Tecnologia para Mineração e Construção (Sobratema), divulgado recentemente.

“Tínhamos uma perspectiva positiva em fevereiro. A percepção era de que a atividade estava em crescimento”, comenta Ana. “Depois, veio a pandemia e uma queda abrupta, porque as empresas tiveram que se adaptar ao momento. Logo em seguida, por ser considerada uma atividade essencial, a construção foi se recuperando e de fato recuperou o índice de percepção anterior”, complementa.

O resultado também pode ser explicado em números. Segundo o estudo da FGV, a procura por materiais de construção subiu cerca de 8% em 2020.

Para Ana, esse cenário é resultado da combinação de dois ingredientes: o fato de as pessoas terem passado mais tempo em casa, o que acabou estimulando a vontade de mudar ou reformar seus espaços, e o Auxílio Emergencial liberado pelo Governo Federal. “As pessoas viram a oportunidade de ter um dinheiro, que poderia ajudá-las nesse sentido”, diz.

O lado negativo desse contexto refletiu-se na indústria, que precisou se adaptar com menos pessoas e máquinas paradas, com um aumento na procura por seus produtos. Enquanto a procura por materiais subiu, a produção industrial do setor caiu cerca de 5%, encarando, inclusive, uma crise de abastecimento de matérias-primas.

As preocupações e projeções para 2021

No ano que vem, de um modo geral, espera-se que a situação da escassez de matérias-primas se resolva, uma vez que a cadeia produtiva começa a se estabilizar novamente. Para 2021, a preocupação já é a inflação no valor desses materiais.

Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, explica que a demanda do setor de Construção é aquela chamada de “inelástica”, ou seja, independentemente dos valores praticados pelo mercado, a procura pelos materiais se mantém estável. “Se eu tenho que entregar uma obra, posso até não gostar dos preços, mas precisarei comprar o material para finalizar e entregar”, exemplifica.

Para Zaidan, os preços altos no setor ainda devem se manter, pelo menos, até o fim do primeiro trimestre de 2021, puxados por matérias-primas como ação, cimento, alumínio, pvc e cobre.

Nesse cenário, seguindo o ritmo de crescimento, o PIB do setor deverá crescer 3,8% segundo as projeções do estudo.