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Arquitetura II

III Conferência de Arquitetura e Urbanismo: Décio Ferreira e o futuro da profissão

CAU/BR - 18 de dezembro de 2020 861 Visualizações
III Conferência de Arquitetura e Urbanismo: Décio Ferreira e o futuro da profissão

Arquiteto português mostrou tecnologias, conceitos e projetos de vanguarda realizados pela Foster+Partners

O arquiteto português Décio Ferreira está na vanguarda tecnológica da profissão. Coordenador de BIM na Foster+Partners, em Londres, Décio apresentou projetos, softwares e conceitos inovadores aos participantes da III Conferência Nacional de Arquitetura e Urbanismo, com a palestra “Arquitetura do futuro: contribuições tecnológicas para o pós pandemia”, realizada no terceiro dia do evento. Conferência seguirá até o Dia do Arquiteto e Urbanista, 15 de dezembro.

“Visão do futuro, isso faz com que nosso trabalho esteja muito além da nossa realidade do dia de hoje. Temos sempre que pensar muito mais à frente”, afirmou, destacando a liderança do fundador da empresa, o premiado arquiteto inglês Norman Foster. “Desenvolvemos utensílios de cozinha e luminárias, pontes, edifícios, aeroportos e até cidades. Ganhamos um concurso da NASA para fazer um projeto em Marte”. Mais de 900 arquitetos, de 77 países, trabalham na Foster+Partners. São mais de 300 softwares utilizados – muitos deles criados na própria empresa.



“The Tulip”, ou a Tulipa, é um projeto ambicioso para o skyline de Londres, na Inglaterra

Cidades vão mudar, essa é uma premissa no trabalho de Décio, e sua equipe busca estar consciente dessas necessidades. Existe uma parceria com a Nissan para fazer os postos de carregamento para carros elétricos; um projeto em Abu Dhabi para fazer um sistema de transporte rápido elétrico e pessoal, nos subsolos das cidades; e ideias de aeroportos para drones, levando suprimentos para áreas remotas. “Tecnologia tem que estar sempre associada a nossa profissão”, diz. “Temos objetivos claros, e as ferramentas têm que estar disponíveis”.



Projeto de base lunar desenvolvida pela Foster+Partners em parceria com a Agência Espacial Europeia

INOVAÇÃO E EFICIÊNCIA
Para realizar projetos de bases avançadas na lua, em parceria com a Agência Espacial Europeia, ou instalações em Marte, para a Agência Espacial Americana, a Foster+Partners conta com uso extensivo da tecnologia: softwares 3D, inteligência artificial e até realidade aumentada. Nos projetos interplanetários, simulações de computador mostram como os materiais se comportam em ambientes extremos. “Isso pode ser usado em fachadas de edifícios no planeta Terra, como nas áreas de desertos ou nos polos”.

Décio mostrou a criação de softwares de projeto com realidade aumentada, como o Sandbox (“caixa de areia”), usado por arquitetos da empresa para manipular formas em 3D em tempo real, de forma dinâmica e interativa. “O objetivo principal do software é a colaboração, interagir e ter informação imediata do que estamos fazendo no projeto”, conta. Décio conta que o desenvolvimento de softwares garante a inovação, a sustentabilidade e a previsão de como a edificação vai se comportar ao longo do tempo.



Empresa cria softwares de realidade aumentada com o objetivo de otimizar a colaboração entre arquitetos

Diversidade também é um dos mandamentos da empresa. Projeto do Oceanwide Center, que envolve a reconstrução de duas torres de uso misto em São Francisco (EUA), reúne 32 arquitetos de 21 nacionalidades diferentes. “Esta é a grande riqueza que conseguimos transmitir aos nossos projetos”, afirma Décio. Outra característica do escritório, a inovação, mostra-se no projeto do “The Tulip”, uma torre de 300 metros em forma de tulipa que promete disputar a atenção do skyline de Londres, hoje marcado pelo edifício da 30 St Mary Axe, informalmente conhecido como London Gherkin (“Pepino de Londres”), outro projeto da Foster+Partners.

No fim de sua palestra, Décio reafirmou a importância dos arquitetos e urbanistas na chegada de um futuro melhor. “Somos nós que criamos as cidades, somos nós que temos que ser os visionários, aqueles que mudam as regras do jogo”, disse. “Temos que ser inovadores para resolver os problemas das nossas cidades”.