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Pavimento rígido agora é pavimento reflexivo. Por quê?

Cimento Itambé - 22 de janeiro de 2021 736 Visualizações
Pavimento rígido agora é pavimento reflexivo. Por quê?

Revestimento reflete mais luz solar, retém menos calor e ajuda a resfriar as cidades, diz estudo do MIT

Autopista de Chicago, nos Estados Unidos: revestidas com pavimento de concreto, rodovias ajudam a combater o efeito estufa nos grandes centros urbanos Crédito: Jaysin Trevino/Wikimedia Commons

Os pesquisadores do MIT Concrete Sustainability Hub (Centro de Sustentabilidade do Concreto do Massachusetts Institute of Technology) estão adotando outra nomenclatura para o pavimento de concreto. Agora, eles o chamam de pavimento reflexivo. Por quê? A razão está ligada à capacidade do material de dissipar ilhas de calor quando usado em áreas urbanas ou rodovias.

As pesquisas realizadas no MIT estimam que, em 20 anos, se as autopistas dos Estados Unidos migrarem do asfalto para o pavimento rígido, as ilhas de calor baixarão a temperatura em 40%. “O pavimento de concreto reflete mais luz solar. Consequentemente, retém menos calor. Isso ajuda no resfriamento das cidades”, atesta o coordenador do estudo, e pós-doutor do MIT, Hessam AzariJafari, explicando o porquê do termo pavimento reflexivo.

O MIT Concrete Sustainability Hub atua em parceria com a Portland Cement Association (PCA) – equivalente à ABCP no Brasil – e com a Ready Mixed Concrete Research and Education Foundation. Na pesquisa, são reforçadas outras vantagens do pavimento rígido, como levar os veículos a consumirem menos combustível e, consequentemente, emitirem menores volumes de gases na atmosfera.

Calcula-se que um pavimento de qualidade permita que o veículo economize de 10% a 20% o consumo de combustível a cada 1 quilômetro percorrido. “O pavimento de concreto já comprovou ser mais eficaz para a trafegabilidade de automotores. Outro fator importante é que a vida útil deste tipo de revestimento é mais longa e requer menos manutenção”, resume Hessam AzariJafari.

Levantamento da ABCP vai ao encontro das conclusões do instituto norte-americano
Pesquisas anteriores coordenadas pelo MIT CSHub atestaram o que o recente estudo veio comprovar: no asfalto, o efeito chamado de interação pavimento-veículo libera maior volume de CO2 na atmosfera. “A qualidade do pavimento impacta no desempenho dos veículos e na capacidade de economizarem combustível, ou seja, ao longo de seu ciclo de vida o pavimento influencia para uma pegada maior ou menor de carbono”, diz o coordenador do estudo.

Em palestra realizada na Paving Expo 2020, o gerente do Núcleo de Pavimentação da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), o engenheiro civil Marcos Dutra de Carvalho, reiterou essas características do pavimento de concreto e elencou as razões que fazem o revestimento rígido ser mais competitivo e mais sustentável. São elas:

Desempenho e durabilidade
O concreto não sofre as deformações típicas do pavimento asfáltico. Também não amolece quando esquenta. No prazo mínimo, o pavimento rígido presta serviço de 20 anos contra o máximo de 10 anos do asfalto.

Análise de longo prazo
Considerando o pavimento rígido para rodovia, com espessura de 25 centímetros, no primeiro ano de execução ele já se torna 16% mais competitivo do que o asfalto. Ao longo de 20 anos, esse percentual pode chegar a 41%.

Economia de combustível da frota circulante
Para veículos pesados, o pavimento de concreto oferece economia de até 20%.

Segurança do usuário
O pavimento rígido possibilita menor distância de frenagem. Na superfície molhada, chega a 40%. Por ter melhor refletância, permite que a via ou a rodovia receba 30% a menos de postes de iluminação.

Redução de ilhas de calor
Há redução comprovada de até 5?°C?no ambiente. O recorde mundial foi registrado no Arizona-EUA, onde se chegou a 11?°C?de redução.

Projetos mais precisos
O pavimento de concreto tem uma execução e um controle de obra mais rigorosos. Os projetos–executivos são inspecionados em cada uma das etapas: lançamento e espalhamentos, adensamento e acabamento, texturização e cura e selagem.

Entrevistado
Engenheiro civil e pós-doutor do departamento de engenharia civil do MIT Concrete Sustainability Hub, Hessam AzariJafari

Contato
cshub@mit.edu

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330