Por Juliana Siqueira
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Ao contrário de muitos setores, que fecharam 2020 com números negativos, sobretudo por conta dos efeitos da pandemia da Covid-19, a indústria de produtos de cimento em Minas Gerais encerrou o ano passado com um crescimento de aproximadamente 10% em relação a 2019.
Embora ainda seja muito cedo para fazer previsões acerca de um avanço em 2021 e de quanto será ele, as expectativas para este ano também são positivas, tendo em vista a continuidade de circunstâncias positivas verificadas no ano passado.
O balanço foi feito pelo presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos de Cimento do Estado de Minas Gerais (Siprocimg), Lúcio Silva, em entrevista realizada pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO.
De acordo com ele, um dos fatores que contribuíram para o bom andamento do setor foi a não paralisação da construção civil, uma vez que a atividade foi considerada um serviço essencial no Estado.
Além disso, aponta ele, houve e ainda há um aumento de demanda de forma geral, com alguns destaques, como a da área de imóveis residenciais.
“Tivemos uma alta demanda no ano passado. O mercado imobiliário está aquecido, a construção civil está reagindo, o que fez com que as indústrias aumentassem as suas produções”, diz ele.
Desafios – Apesar das circunstâncias positivas vivenciadas pelo setor ao longo dos últimos meses, a indústria de produtos de cimento vem sofrendo os desafios que diversos segmentos também vêm passando: falta de matéria-prima e, consequentemente, aumento do preço dos produtos.
No ano passado, aponta o presidente do Siprocimg, foram registrados alguns reajustes nos valores do cimento a granel. A previsão é de que haja mais um reajuste no mês de março deste ano.
Diante desse cenário, apesar de o segmento ter passado por sucessivos aumentos de preços, nem sempre tem conseguido repassar as altas para frente.
“Nós não conseguimos repassar os reajustes muito rapidamente, até porque para o mercado absorver é difícil”, destaca Silva.
Perspectivas – O ano de 2021 deverá vir com muitos fatores positivos pela frente. Silva ressalta que o mercado continua aquecido, assim como ocorreu no ano passado.
No entanto, diz ele, não se pode ter certeza do que vai acontecer daqui para a frente e, no momento, não há como fazer projeções nesse sentido. Silva aponta que ainda há incertezas, inclusive relacionadas à pandemia.
“Nós vivemos um momento em que tudo pode acontecer. Há um novo presidente nos Estados Unidos, não se sabe até onde vai a vacina contra a Covid-19. Estamos crendo, sim, que vai ser um ano positivo, um ano bom, mas avaliar um percentual de crescimento é difícil”, diz ele. “Acredito que as coisas aparentemente vão se resolvendo com o tempo e que vão melhorar”, pontua.