Apesar do otimismo, Ana Maria Castelo alerta para possíveis obstáculos a serem enfrentados pelo setor
Segundo pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o segmento da construção civil deve apresentar um aumento de 3,8% em seu Produto Interno Bruto (PIB), em 2021. No entanto, a economista e coordenadora de Projetos da Construção na FGV, Ana Maria Castelo, evidencia que os efeitos pandêmicos responsáveis, inclusive, pela queda de 2,5% do mesmo indicativo no final de 2020, podem afetar o progresso do setor.
Durante o 8º ABCIC Networking, evento virtual promovido pela Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC), no dia 17 de março, Ana Maria Castelo citou, por exemplo, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) como um os dificultadores para o crescimento da área. Afinal, o INCC apresentou um aumento de 20,7% no custo de materiais, equipamentos e serviços em 2021.
Além disso, Ana Maria Castelo indica o aumento no endividamento das famílias, elevação da inflação e a alta na dívida líquida do setor público como outros fatores que podem frear o progresso no PIB do setor, apresentado na projeção feita pela FGV.
Como reflexo de tais fatores, a economista destaca também a queda na confiança empresarial e do consumidor. “É importante olhar essa confiança e as expectativas já que os resultados dos próximos meses e anos são frutos das decisões tomadas nesse momento”, analisa a economista.
Em contrapartida, Ana Maria Castelo acredita na capacidade de encadeamento do setor da construção e seu potencial multiplicador para gerar renda e emprego. A especialista sugere que o investimento no setor pode funcionar como força motriz da economia brasileira. No que diz respeito ao emprego com carteira assinada, a construção civil foi o setor com maior saldo líquido entre admissões e demissões no país em 2020, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
No entanto, a economista faz questão de ressaltar a importância da imunização no país. “A vacinação em massa é o melhor instrumento de política econômica”, finaliza Ana Castelo ao resumir de que maneira é possível superar as incertezas provocadas pela pandemia que assola o mundo há mais de um ano.