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Região pode ter hidrovia até 2018

A Tribuna - 04 de setembro de 2014 895 Visualizações
Até o final de 2018. Esse é o prazo estipulado pelo Governo de São Paulo para a introdução de um sistema hidroviário de transporte de passageiros nas maiores cidades da Baixada Santista. O estudo, a ser desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), começa na próxima semana. A intenção é que o trabalho delimite parâmetros para a exploração desse meio de transporte pela iniciativa privada: demanda, estrutura a ser montada e custos operacionais.
A necessidade de quatro anos até a concretização do sistema decorre das etapas a serem realizadas, que envolvem interlocutores municipais, estaduais e federais – pois o principal canal de navegação da região está sob controle da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), subordinada à Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP) e, paralelamente, à Marinha.
Estima-se que o IPT concluirá o estudo de viabilidade até junho do próximo ano. A primeira fase do projeto, porém, tem término previsto até fevereiro. É a que definirá qual tipo de embarcação realizará o transporte dos passageiros, a tarifa (na qual se abrangerão os gastos para viabilizar o serviço) e as rotas de navegação (que serão abertas entre as cidades em rios e braços de mar).
“A segunda etapa (o estudo) é para poderemos ter um projeto concreto e realista”, pontua o diretor do Departamento Hidroviário do Estado, Tércio Casemiro Carvalho.

Médio prazo
A partir do momento em que o estudo apontar viabilidade técnica e econômica do transporte hidroviário, a intenção é que seja feita uma Parceria Público-Privada (PPP). Após o processo de consulta pública e audiências com a comunidade, o Estado quer abrir licitação para selecionar a empresa privada que poderá operar o serviço.
Tércio Carvalho explica que, a princípio, a iniciativa privada será responsável por instituir o meio de transporte, operá-lo e garantir sua manutenção. Essa escolha deverá demandar ao menos um ano.
O coordenador da Câmara Temática Especial do Sistema Hidroviário da Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem), José Eduardo Lopes, adianta que já há pelo menos três empresas interessadas em participar dessa seleção.
O que retarda o início a curto prazo desse sistema, porém, é a construção das embarcações, que não existem para pronta entrega e precisam ser construídas de acordo comas especificações da região – o que pode levar 18 meses. “O ideal é que elas sejam feitas aqui, por estaleiros no Porto”, diz.

Bilhete único
A interligação do transporte hidroviário com os demais existentes na Baixada Santista é posta como condição para que o transporte de passageiros sobre as águas seja aceito e a população passe a utilizá-lo. “Antes de mais nada, é uma
mudança cultural. No Brasil, não há esse hábito de utilizar embarcações para se locomover”, lamenta o diretor do Departamento Hidroviário, que defende gestões por parte da Agem para que as Prefeituras possam integrar os sistemas de ônibus, beneficiando os usuários.
A ligação com o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), que auxiliará no transporte público entre o núcleo da região metropolitana, e o BRT (sigla para transporte rápido por ônibus), que levará moradores do Litoral Sul em transporte sobre rodas, também são encarados como fundamentais.
Motivo: há locais em que, por razões técnicas, não será possível instituir de imediato o transporte por hidrovias. “Para chegarmos a Peruíbe, por exemplo, teríamos que utilizar o mar. Mas isso é mais complexo, devido às condições climáticas”, afirma Carvalho.