Estudo de Caso: Racional Engenharia leva nuvem aos canteiros de obras
A conquista de licitações para construção de data centers de missão crítica, como do Itaú, Vivo Telefônica e Bovespa&BMF, obrigou a Racional Engenharia a investir em virtualização e cloud computing para permitir que os canteiros de obras acessem com velocidade aplicações de negócios
O primeiro empreendimento da companhia a se beneficiar dessa estratégia é um centro logístico, que está em fase final de construção na cidade de Indaiatuba (SP), e que será ocupado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
Instalada num terreno de 45,6 mil metros quadrados, no quilômetro 66 da Rodovia Santos Dumont, a nova obra, prevista para ser inaugurada em outubro deste ano, deu mobilidade aos engenheiros, arquitetos e demais profissionais para consulta a dados do projeto a qualquer momento.
Equipados com notebooks e smartphones, eles acessam remotamente informações do sistema de gestão empresarial (ERP), plantas geradas pelo AutoCAD, fotos, sistema de colaboração e demais aplicações com alta perfomance. Caso a rede local esteja fora do ar, eles usam o link 3G para se conectar com o data center da empresa.
Com 42 anos de atuação, a Racional Engenharia é brasileira e explora o mercado de construção civil em oito setores (hospitais, educação, data centers, logística, shoppings centers, indústrias, hotéis e mercado corporativo), com empreendimentos espalhadas pelo País.
Modernização da TI
Ricardo Ferrigno, gerente de TI da Racional Engenharia, conta que a iniciativa de virtualização e entrada na nuvem veio da necessidade de atender melhor sua clientela. O processo começou quando os que contratavam a construção de data center de missão crítica queriam estar juntos nos canteiros de obra, gerenciando a construção.
O executivo lembra que a empresa estava defasada para atender essa demanda e que precisou traçar um novo plano diretor de TI para o período entre 2009 e 2014. Para colocá-lo em prática, a companhia elegeu novos parceiros de TI, entre eles Citrix, Microsoft e Tivit.
Com a ajuda da consultoria MD Systems, a Racional Engenharia decidiu inicialmente virtualizar todos seus servidores, utilizando as soluções da Citrix ZenServer, XenApp e Cloud Bridge. Junto com o processo de mudança, a companhia terceirizou em 2013 seu data center com a Tivit, optando pelo modelo de nuvem privada e contratação de soluções no modelo SaaS e PaaS (software e plataforma como serviço).
Em 2014, a companhia deu mais um passo e investiu em um site de Desaster Recovery 100% na nuvem para garantir a continuidade de negócios, caso algum incidente interrompa suas operações.
A empresa se apoia no data center da Tivit em São Paulo e no Rio do Janeiro. O espelhamento é quase que em tempo real. Antes, tínhamos um gasto de R$ 10 mil somente com backup e hoje essa despesa não existe mais, contabiliza Ferrigno.
Outros ganhos
O gerente de TI da Racional Engenharia avalia que o novo modelo reduziu custos, deu mais velocidade aos processos e padronizou as unidades de negócios da empresa, que são os canteiros de obras. Houve ganhos de performance das aplicações, simplificação da administração e também uma diminuição do tempo para mobilizar os canteiros de obra, que caiu de um mês e meio para entre 20 e 25 dias.
Outra vantagem é a possibilidade de a gestão da construção iniciar antes do canteiro de obra ficar pronto, permitindo que o engenheiro tenha acesso a todas as informações que necessita de qualquer lugar. Depois ele pode dar continuidade a partir do escritório montado no canteiro.
A mesma facilidade está garantida para a migração do canteiro durante o projeto, que já fica apto a operar com uma simples movimentação de ativos de tecnologia, sem a necessidade de manter um time de TI no local.
Foi um projeto difícil de ser vendido porque era arrojado. As pessoas não queriam abandonar suas planilhas, mas hoje percebem os ganhos com a internet, diz Ferrigno, afirmando que 40% das aplicações estão virtualizadas. O prazo para chegar aos 100% vai depender da cultura dos usuários.
O impacto da iniciativa foi percebido nos resultados financeiros da companhia. Entre 2011 e 2013, os negócios cresceram 43,3%, pulando de um faturamento de R$ 1,4 bilhão para R$ 2 bilhões, apoiados pela nova infraestrutura de TI.