A SmartAcqua passou a fazer parte do rol de empresas de tecnologia e inovação que tiveram seus produtos qualificados e pré-aprovados para financiamento pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Assim, as empresas de saneamento públicas e privadas interessadas em investir na solução SmartAcqua, baseada em Inteligência Artificial e Aprendizagem de Máquina e voltada para gestão de perdas de água, poderão obter recursos mais facilmente para esse fim. “É mais um incentivo para que as empresas brasileiras de saneamento adotem a nossa solução e, com isso, consigam reduzir substancialmente as perdas de água que no país, segundo a SNIS, são superiores a 51% em média”, destaca Hélio Samora, CEO da SmartAcqua.
Na avaliação do executivo, a pressão para que as empresas do setor tratem com maior seriedade o problema das perdas de água tenderá a aumentar não apenas para que cumpram o que determina o novo marco regulatório do saneamento, mas principalmente pela crise hídrica que já está afetando várias regiões do país. “Cinco estados brasileiros – São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná – já estão em alerta para a pior seca em 111 anos que, segundo os meteorologistas, começou em junho e deverá se estender até setembro deste ano, devido ao baixo volume de chuvas previsto para esse período”, alerta Samora.
A utilização de tecnologias para melhorar a infraestrutura, que inclui o saneamento básico, também está no radar do BID. No relatório publicado no ano passado, Agustín Aguerre, Gerente do Departamento de Infraestrutura do BID afirmou: “Por tempo demais nos concentramos em tijolos, canos e outros ativos tangíveis. A tecnologia digital nos permite compreender melhor como as pessoas usam as estradas, consomem eletricidade e água. Nossa infraestrutura futura será mais barata, mais sustentável e servirá melhor aos nossos cidadãos.” Ele salientou ainda que o potencial de ganhos da transição de um modelo pautado em obras para um baseado em serviços é especialmente grande no Brasil. Mas o país ainda enfrenta desafios importantes em infraestrutura uma vez que boa parte da população não tem água encanada. A solução para esse problema é fazer investimentos mais qualificados.
Samora destaca que é fundamental que os gestores das empresas públicas e privadas de saneamento básico queiram mudar o panorama atual de perdas que estão em níveis inaceitáveis, e fazer a diferença. Para isso precisam mudar o mindset e investir na gestão inteligente e sistemática de seus processos ou continuarão perdendo muita água e dinheiro, além da relevância social. “Uma das alternativas para modificar esse status quo é investir em contratos de performance e na implementação de tecnologias, como os softwares de gestão que permitem identificar onde e por que as perdas ocorrem, para que o problema possa ser sanado no menor tempo possível”. Essas ferramentas de gestão, segundo o CEO da SmartAcqua, permitem olhar o processo como um todo, analisando cada elo ou vários elos enfraquecidos da operação, para fazer o enfrentamento de forma estratégica e cirúrgica, colocando foco e recursos no lugar certo e de forma adequada.
Novo Marco Legal do Saneamento Básico
Sancionado em julho de 2020, o novo Marco Legal do Saneamento Básico tem como objetivo universalizar e qualificar a prestação dos serviços no setor. A meta do Governo Federal é alcançar a universalização até 2033, garantindo que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento e à coleta de esgoto.
Hoje, no país, 35 milhões de pessoas não têm acesso à água tratada e mais de cem milhões não contam com serviços de coleta de esgoto. A expectativa é que a universalização dos serviços de água e esgoto reduza em até R$ 1,45 bilhão os custos anuais com saúde, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Além disso, a cada R$ 1 investido em saneamento, deverá ser gerada economia de R$ 4 com a prevenção de doenças causadas pela falta do serviço, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).