Crise hídrica em São Paulo faz preço do frete marítimo avançar
DCI
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15 de outubro de 2014
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A seca no interior de São Paulo tem diminuído o transporte via hidrovias. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), a seca pressionou o preço do frete. Estima-se que a baixa navegabilidade na Tietê-Paraná transferiu por mês 126 mil toneladas de cargas às rodovias.
O problema das hidrovias, em tempos de seca, é que as condições climáticas podem tirar a navegabilidade, diz o especialista em hidrovias e doutor em navegação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maurício Cruzes.
De acordo com o superintendente da administradora da Hidrovia do Paraná, Ahrana, Antônio Badih Chehin, já está em curso um Estudo de Viabilidade Técnico-Econômica e Ambiental (EVTEA) da hidrovia. Hoje, a utilização da Hidrovia Paraná-Tietê tem capacidade para transportar até 6,2 milhões de toneladas de cargas por ano. A intenção é chegar a 2020 com capacidade de 50 milhões de toneladas ao ano.
A perspectiva do executivo é que o investimento nas obras some R$ 2,4 bilhões, com previsão de conclusão para 2025. Os países da Europa que apostaram em hidrovias foram os primeiros a sair da crise econômica, disse o superintendente da Ahrana
Papel do governo
Para o presidente da Faeg, Leonardo Ribeiro, a intervenção do governo é fundamental. É uma incoerência muito grande um país que tem hoje a maior malha hidroviária do planeta, não fazer uso desse modal, disse ele, acrescentando que as mudanças podem proporcionar a redução significativa de custos e o aumento da capacidade produtiva do setor agropecuário. No entanto, se não integrarmos o trem, o caminhão e a hidrovia, os nossos esforços serão em vão.
Para o diretor de logística da Caramuru, Antônio Ismael Ballan, o momento atual pelo qual as hidrovias estão passando também é causado por mitos. Precisamos desmistificar a ideia de que não há água. É claro que existem gargalos e que há muito para melhorar, mas esse é um bom modal.