Arena Pernambuco reutiliza 2.200 m³ de água por mês
Quem vai à Arena Pernambuco nem imagina que torce sobre tanques de armazenamento de água. É que abaixo das arquibancadas funciona um sistema de reaproveitamento que recebe pelo menos 50 mil litros do líquido por dia. É água proveniente da chuva e da irrigação do gramado que, depois de tratada, é reutilizada dentro do próprio estádio. Por mês, são 2.200 m³ que deixam de ir ao esgoto e voltam às tubulações do empreendimento – quase a mesma quantidade necessária para encher uma piscina olímpica.
A água tratada dentro da Arena abastece as instalações sanitárias ou volta a ser utilizada na irrigação do gramado. “A água de reuso não é potável, por isso não pode ser utilizada em atividades que tenham contato com o ser humano. Aqui, usamos no gramado, nas descargas e nos mictórios. Já as pias dos banheiros e as da produção de alimentos recebem água da Compesa”, explica a engenheira civil do estádio Marília Bechara.
Para garantir que os torcedores não tenham contato ou não queiram ingerir o líquido reaproveitado, a água de reuso empregada nos banheiros é sinalizada com um corante azul. Antes disso, todo o líquido colhido na irrigação do gramado e na chuva passa por duas etapas de tratamento: o peneiramento, que tira as sujeiras mais pesadas, e a filtração, que retira os resíduos sólidos restantes. O sistema funciona automaticamente e dispõe de dois reservatórios de água tratada com 400 m³ cada um. De acordo com Bechara, a produção mensal varia de acordo com a quantidade de chuva. Mas ela garante que a capacidade de produção é maior que a necessidade, por isso esses reservatórios estão quase sempre cheios.
A água proveniente do sistema de reaproveitamento corresponde a 70% do volume necessário para manter o empreendimento em funcionamento. Por mês, são utilizados cerca de 2.200 m³ de água de reuso e somente 600 m³ da Compesa. Afinal, só para manter o gramado irrigado são necessários 1.500 m³ por mês. Os 70 banheiros consomem mais 450 m³, sem contar os dias de jogos e eventos. A cada jogo, são mais 60 m³. Durante a Copa do Mundo, esse volume subia para 400 m³.