Logotipo Engenharia Compartilhada
Home Notícias Indústria e a mudança climática

Indústria e a mudança climática

Do Diário do Grande ABC - 01 de dezembro de 2014 1076 Visualizações
 Indústria e a mudança climática
O setor industrial é o maior consumidor de energia do Brasil, sendo responsável por 33,9% do consumo de energia total do País, segundo o relatório do Balanço Energético Nacional 2013. O aumento de 40,7% na tarifa de energia elétrica da distribuidora Elektro, autorizado em agosto pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) afetou centenas de municípios do Estado de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, impactando os custos adicionais das indústrias na compra de energia, que acabam sendo repassados para todos os níveis da cadeia de negócio.
Outro ponto a ser considerado é o crescimento anual de 2,2% das emissões de gases de efeito estufa no mundo. A queima de combustíveis fósseis corresponde a 80% dos lançamentos ocorridos entre 2000 e 2010, principalmente da geração de energia e da indústria. O alto consumo energético das indústrias evidencia que a eficiência energética ainda não é prioridade para o segmento. A ‘descarbonização’ da geração de eletricidade é essencial para o funcionamento das estratégias de redução de emissões e, consequentemente, da diminuição dos impactos no meio ambiente.
Atividades industriais como produção de aço e ferro, refino de petróleo e fabricação de cimento, celulose e papel usam intensivamente a energia e são responsáveis por, aproximadamente, 85% do total das emissões de CO2 do segmento. O relatório do IPCC aponta que grande aliado para a redução de emissões de CO2 é a inovação tecnológica. Cada vez mais é essencial a adoção de soluções focadas em eficiência energética, que poupam ou substituem os combustíveis fósseis e proporcionam a redução no consumo da energia elétrica.
Há diversas tecnologias energeticamente eficientes e que reduzem as emissões de CO2. Os sistemas de controle de refrigeração, por exemplo, garantem que o consumo de energia seja, automaticamente, correspondente à necessidade real. Se todos os supermercados modernos do mundo aperfeiçoassem seus sistemas de refrigeração, 16 milhões de toneladas de CO2 seriam poupadas por ano. Outro exemplo de tecnologia em prol da eficiência energética são os conversores de frequência, que controlam o fornecimento de energia para motores elétricos e podem poupar de 15% a 40% de energia, dependendo de sua aplicação. Para que haja a transformação necessária para revertermos este cenário, é preciso inserir as questões de eficiência energética e redução da emissão de gases de efeito estufa nos planejamentos estratégicos das indústrias. É possível combater as mudanças climáticas por meio de tecnologias apropriadas que não agridam o meio ambiente e, ao mesmo tempo, otimizem a produtividade.
 
Julio Molinari é presidente da Danfoss na América Latina.