O Pará ficou em terceiro lugar entre os Estados que tiveram o maior crescimento de faturamento no setor de mineração, em 2021. A alta foi de 51%, passando de R$ 97 bilhões para R$ 146,6 bilhões. Com este resultado, o Pará responde por 43% do faturamento da indústria da mineração brasileira em 2021. Em 2020, a participação foi de 46%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que realizou coletiva de imprensa nesta terça-feira (1) para divulgar os números atualizados do setor no Brasil.
Participaram da coletiva Flávio Penido, diretor-presidente do Ibram; Wilson Brumer, presidente do conselho Diretor do Instituto; e Paulo Henrique Soares, diretor de comunicação.
Minas Gerais apresentou o melhor resultado nacional, com crescimento de 87%, passando de R$ 76,4 bilhões em 2020 para R$ 143 bilhões. Assim, o Estado responde por 42% do faturamento global da indústria da mineração brasileira em 2021 – esta participação era de 37% em 2020. Já a Bahia ficou em segundo lugar, com 67% de aumento de faturamento em 2021, passando de R$ 5,7 bilhões em 2020 para R$ 9,5 bilhões.
Dois municípios paraenses, Parauapebas e Canaã dos Carajás, figuram no primeiro e segundo lugar do ranking dos 15 municípios brasileiros que mais arrecadaram valores da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), que é um tipo de contraprestação paga pelos empreendimentos mineradores à União, aos Estados, Distrito Federal e Municípios pelo aproveitamento econômico dos recursos minerais. Enquanto Parauapebas arrecadou R$ 2,5 bilhões de CFEM, o montante recolhido por Canaã de Carajás foi de R$ 1,9 bilhão. Em terceiro lugar aparece o município de Conceição de Mato Dentro, de Minas Gerais, com R$ 669 milhões.
Pará e Minas Gerais lideram também o recolhimento total de CFEM. Com crescimento de 55% da arrecadação da Compensação, o Pará ficou atrás de Minas, que teve a alta expressiva de 95%. “Isso é muito importante (o crescimento de faturamento) porque significa atração de recursos financeiros para essas localidades e motiva ações de desenvolvimento local e impulsionamento à economia de muitas cidades”, avaliou Wilson Brumer.
Em âmbito nacional, o crescimento de arrecadação do CFEM foi de quase 70%, indo de R$ 6 bilhões em 2020 para mais de R$ 10 bilhões em 2021, em performance inédita, segundo os dados do Ibram. De 2017, quando o recolhimento da Compensação registrou R$ 1,8 bilhão, até 2021 (R$ 10,3 bilhões), o crescimento na arrecadação deste encargo foi de cerca de 460%. Pará (47%) e MG (45%) tiveram as maiores participações na arrecadação de CFEM em 2021.
“Além desses resultados extremamente positivos para a arrecadação pública – União, Estados e Municípios – e para a geração de divisas, projetamos investimentos de mais de US$ 41 bilhões até 2025. Assim, é factível considerar a indústria da mineração como um dos setores que mais está prestando contribuições para fomentar o desenvolvimento e o crescimento do país”, argumentou também Wilson Brumer.
Faturamento por tipo de minério
O minério de ferro apresenta o maior faturamento em 2021: R$ 250 bilhões (80% a mais do que em 2020); o ouro apresenta faturamento de R$ 27 bilhões (16% a mais); o cobre quase R$ 18 bilhões (29% a mais); a bauxita R$ 5,2 bilhões (16% a mais); o granito R$ 4,2 bilhões (32% a mais); o calcário dolomítico R$ 6,2 bilhões (47% a mais). O minério de ferro responde por 74% do faturamento da indústria da mineração em 2021 (era 66% em 2020), seguido pelo ouro (8%) e pelo cobre (5%).
Segundo o IBRAM, houve aumento na exportação, em dólar americano, para cobre (40%), nióbio (39%), pedras e revestimentos (35,5%), bauxita (8,5%), além de ouro (8%), na comparação com 2020. Houve queda para caulim (-2,3%) e manganês (-50,5%), em dólar e em toneladas.
Simineral
O Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral), em nota ao Grupo Liberal, destaca o Pará como o Estado brasileiro que mais exportou minério em 2021, com base em dados consolidados divulgados por meio do boletim econômico mineral.
As exportações minerais regionais somaram 188 milhões de toneladas, cerca de 48% do total brasileiro. “Os dados posicionam o setor mineral em destaque em relação ao setor econômico, contribuindo para a criação de inúmeros empregos ao longo da cadeia mineral.
Nesse contexto, o Simineral ressalta, ainda, os municípios paraenses Parauapebas e Canaã dos Carajás, que despontam no cenário brasileiro como os maiores municípios arrecadadores da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, no qual receberam R$ 4,314 bilhões”, declarou o sindicato.
Para 2022, o Simineral considera como meta adquirir, “cada vez mais, representatividade do setor mineral em prol de benefícios gerados para a sociedade, com foco no desenvolvimento humano, econômico e sustentável”.