Uma nova tecnologia que promete fundar um novo momento na inspeção de risers submarinos está mais perto de ser usada em campos da Petrobrás. A estatal começou o processo de licenciamento do robô Auri (sigla para Autonomous Underwater Riser Inspection). A tecnologia foi patenteada e desenvolvida pela Petrobrás em parceria com a PUC-Rio. O robô dispõe de câmeras de alta resolução e será operado remotamente para identificar a necessidade de manutenção nos dutos flexíveis que transportam o petróleo das instalações submarinas às plataformas de produção. Os primeiros testes foram realizados recentemente na plataforma P-43, na Bacia de Campos, com bons resultados, o que abriu as portas para o início do processo de licenciamento da tecnologia, que deve ser concluído até o fim do ano.
João-Henrique-Rittershaussen
1“A Petrobrás criou um amplo programa para aumento da segurança em operações de mergulho, denominado Programa Sinergia Diverless. Esse programa introduziu novas sistemáticas, metodologias e tecnologias para aumentar a segurança dos mergulhadores”, detalhou o diretor de Desenvolvimento da Produção, João Henrique Rittershaussen. “Os resultados que temos obtido são um exemplo de como uma cultura de inovação e superação geram valor para o negócio, demonstrando que é possível produzir mais e com mais segurança”, acrescentou o executivo.
Para ser utilizado, o robô é instalado na parte externa do duto flexível submarino com apoio de um ROV (sigla em inglês para Remote Operated Vehicle) e, a partir daí, executa parte das tarefas de inspeção e toda a limpeza, sendo operado, a partir da embarcação, por um profissional especializado. Outra vantagem é a capacidade de o robô portar ferramentas e girar 360 graus em volta do duto, mesmo que ele esteja bem próximo ao casco da plataforma, em local de difícil acesso.
Atualmente as ferramentas utilizadas para efetuar a limpeza dos dutos ficam acopladas aos ROVs?durante toda a operação e, depois disso, o ROV ainda precisa?ser usado para fazer a inspeção visual. No caso do AURI, o ROV é usado apenas para sua instalação e desinstalação no duto, ficando liberado para outras?atividades no restante do tempo. O AURI ainda grava vídeos da região inspecionada para análise e arquivamento das imagens, o que permite a avaliação do duto pelas equipes que estão em terra.
Juliano-Dantas-Petrobras
“O AURI é um dos robôs em desenvolvimento pela Petrobras que são fruto do investimento constante da empresa em inovação. Há novos desenvolvimentos para ampliação das funcionalidades do AURI, que irão agregar ainda mais valor à ferramenta e ampliar as possibilidades de ganhos e avanços para a indústria do petróleo”, destacou o diretor de Transformação Digital e Inovação da companhia, Juliano Dantas.
O robô AURI tem o potencial de evitar mais de 1.300 horas em operações de mergulho, contribuindo para a segurança dos profissionais. Ele foi desenvolvido a partir do desafio de automatizar a limpeza e inspeção visual de dutos flexíveis, img.phpinclusive em profundidades de água maiores que 30 metros, onde o tempo do mergulhador é reduzido. O AURI chega a até 50 metros sem limitação de horas e, comparativamente, apresenta um rendimento – redução do tempo de limpeza – maior que de outras ferramentas transportadas por ROV durante as atividades de limpeza e inspeção. Uma outra vantagem é que o AURI pode ser utilizado mesmo em condições meteorológicas adversas, que são um obstáculo para atividade dos mergulhadores.
O robô pode ser manipulado e instalado nos dutos flexíveis para realizar a limpeza em velocidade até 10 vezes maior do que é feita atualmente, com consequente redução de custos. Com tantas habilidades, o robô já desperta o interesse de empresas prestadoras deste tipo de serviço. Elas aguardam o término do licenciamento – o processo de autorização para uso comercial – para ter acesso à tecnologia.