Implantação da Ferrovia de Integração Estadual Senador Vicente Vuolo pela Rumo S/A irá gerar 165 mil empregos durante quase 8 anos de obras, a partir de 2022. A empresa aguarda liberação das licenças ambientais para iniciar a construção da linha férrea de 745 quilômetros entre os municípios mato-grossenses de Rondonópolis a Lucas do Rio Verde.
O investimento previsto para o empreendimento está estimado entre R$ 9 a R$ 11 bilhões, sendo a fonte de recursos exclusivamente privada, reforçam executivos da Rumo S/A que estiveram nesta segunda-feira, 28, na sede do Grupo Gazeta de Comunicação, em Cuiabá.
De acordo com o diretor de Estruturação e Regulatório da Rumo S/A, Danilo de Morais Veras, a empresa de logística prepara, em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), a capacitação e contratação de fornecedores para as obras da 1ª ferrovia estadual do país, após autorização do governo do Estado em 2021.
Será realizado nesta quinta-feira, 31, um workshop pelo IEL/Fiemt para orientar fornecedores com potencial para atender a demanda da Rumo S/A no projeto ferroviário de extensão da Malha Norte. Sabemos que Mato Grosso tem muita demanda por trabalhadores, comenta Veras, destacando o desempenho da economia estadual e a necessidade que a empresa terá por serviços na área de engenharia.
Pelo histórico de atuação da empresa em outras regiões do país, serão construídos em média 100 km de trilhos por ano, estima o executivo, destacando que a expansão da malha ferroviária em Mato Grosso irá dinamizar ainda mais a economia local. A cada 200 ou 300 km de ferrovia é possível instalar um terminal de cargas, por exemplo, pontua.
A ampliação da ferrovia - que liga atualmente o sudeste do país ao sul de Mato Grosso, chegando até o município de Rondonópolis - abarca em seu raio de atuação 26 municípios que concentram 41% da produção estadual de grãos.
Além de Rondonópolis, os municípios beneficiados com o escoamento de soja e milho, entre outros produtos, pelos novos trilhos da Ferrovia de Integração Estadual Senador Vicente Vuolo são Cuiabá, Várzea Grande, Santo Antônio do Leverger, Jaciara, São Pedro da Cipa, Juscimeira, Pedra Preta, São José do Povo, Poxoréu, Primavera do Leste, Campo Verde, Planalto da Serra, Nova Brasilândia, Vera, Nova Ubiratã, Sorriso, Santa Rita do Trivelato, Paranatinga, Diamantino, Nobres, Rosário Oeste, Chapada dos Guimarães, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum.
A partir de Juscimeira serão desmembrados dois ramais, numa bifurcação que irá conectar por trilhos a Capital mato-grossense, bem como o município de Lucas do Rio Verde.
A ferrovia irá permitir a retirada de produtos industrializados e de matérias-primas desde o principal polo de produção agrícola de Mato Grosso até o Porto de Santos (SP), com retorno de outras mercadorias para o mercado consumidor estadual, inclusive fertilizantes.
Outra vantagem, segundo o diretor de Estruturação e Regulatório da Rumo S/A, será o barateamento do frete em direção ao sudeste brasileiro. Nos últimos 5 anos, o custo do frete reduziu em torno de 40% (nesta rota), destaca.
A extensão da Ferrovia de Integração Estadual Senador Vicente Vuolo vem sendo analisada pela Rumo S/A há aproximadamente 5 anos. Estudamos mais de 2,5 mil traçados, tendo como premissa os estudos de impactos ambientais, sociais, geológicos, entre outros, para não passar por sítios arqueológicos, terras indígenas (TIs), respeitando sempre os mais altos padrões ambientais e de governança, conclui.