Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou os setores mais prejudicados pela guerra na Ucrânia. Pelo menos 42% das empresas perceberam impactos negativos relacionados ao conflito, como alta do preço dos insumos, matérias-primas e produtos usados para a fabricação de outras mercadorias. A partir de março, o aumento dos preços dos insumos usados na fabricação de produtos surpreendeu, e a alta foi bem maior do que as empresas esperavam.
Para os fabricantes de produtos de borracha, 86% dos insumos ficaram mais caros do que o previsto. Na indústria de biocombustíveis, o percentual atingiu 83%. Alta semelhante foi observada pela metalurgia, pelas montadoras de veículos e pelas fábricas de limpeza e perfumaria. Nas indústrias de bebidas, de máquinas, do vestuário e de produtos de minerais não metálicos, mais de 75 dos insumos tiveram reajustes.
O custo dos insumos importados também subiu acima do previsto. Isso aconteceu com todos os importados pelo setor de biocombustíveis. Na produção de borracha o índice foi de 94%. As indústrias de impressão, a química, a metalurgia e de serviços para a construção registraram aumento maior em mais de 70% dos insumos importados.
As empresas que participaram do estudo também sofreram com atrasos na entrega dos insumos. No setor da construção, mais de metade delas relataram este problema.
Para amenizar essa situação, as empresas estão buscando ampliar o número de fornecedores no país.
Alta exportação de produtos russos
O Brasil, que não está aplicando sanções à Rússia, aumentou em quase 90% as compras de produtos russos nos quatro primeiros meses deste ano. De janeiro a abril, o Brasil importou da Rússia US$ 2,4 bilhões em produtos — uma alta de 89% se comparada com o mesmo período do ano passado. Neste ano, o Brasil comprou dos russos carvão, óleos combustíveis e principalmente cloreto de potássio — um tipo de fertilizante.