BlocoBrasil e ABCIC veem oportunidades na crise
As perspectivas para 2015, dentro da cadeia produtiva da construção civil, estão em viés de alta para setores mais diretamente ligados à industrialização e à melhoria da produtividade. São os casos das empresas representadas pela ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto) e pela BlocoBrasil (Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto). Segundo avaliações, os dois segmentos têm condições de crescer em ambiente de crise, pois concentram investimentos em tecnologias e se vinculam mais à mão de obra qualificada.
A constatação de que 2015 tende a ser o ano da industrialização na construção civil se deu no evento anual da ABCIC, quando ocorre a entrega do Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto, onde a economista Ana Maria Castelo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresentou um balanço do setor em 2014 e projeções para o ano que vem. A especialista avaliou que não será mais possível crescer apenas incorporando mão de obra. “Crescer, a partir de agora, somente através da industrialização na construção, fato que favorece os sistemas construtivos mais modernos, como o pré-fabricado de concreto”, comentou.
Ana Maria, que é coordenadora de projetos da construção da FGV, ressalta, no entanto, que caminhar rumo à industrialização demandará um grande esforço de toda a cadeia. “Empresas, governos e fornecedores precisam atuar conjuntamente com o intuito de melhorar a produtividade”, afirma. Já a presidente-executiva da ABCIC, a engenheira civil Íria Lícia Oliva Doniak, entende que esse é um caminho sem volta. “Sem industrialização não serão atendidas as demandas em obras de infraestrutura e de habitação, das quais tanto o país precisa”, disse, ao discursar no evento.
Maioria otimista
Para mais de 70% dos fabricantes de blocos e pavers de concreto, setor crescerá ou repetirá 2014
Entre os associados da BlocoBrasil, o otimismo está entre aqueles que reestruturaram suas fábricas com novos equipamentos, investiram em aumento da produtividade e em treinamento de mão de obra. Estes somam 49,65%, segundo pesquisa realizada em novembro de 2014. A principal pergunta feita para as empresas era sobre o que esperar de 2015. Diante da conjuntura econômica do país, 50% dos fabricantes filiados à BlocoBrasil afirmaram que esperam manter o nível de atividade alcançado em 2014. Já 22,91% têm uma expectativa positiva e preveem crescimento das atividades entre 10% e 20%.
Os otimistas e moderados somam quase 73% contra 27% que esperam queda nos negócios, entre os quais 14,5% dos empresários estimam redução das atividades em até 30%, pelo menos no primeiro semestre de 2015. Porém, para os que estão confiantes, o impulso ao mercado de blocos de concreto e pavers continuará vindo do setor imobiliário e do programa Minha Casa, Minha Vida – ambos responsáveis, segundo os entrevistados, por 47,91% e 33,33% da absorção dos materiais produzidos. A grande maioria se mostrou pouco confiante na capacidade das obras de infraestrutura de alavancar os negócios em 2015.
Entrevistados
ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto) e BlocoBrasil (Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto) (via assessoria de imprensa)
Contatos
abcic@abcic.org.br
blocobrasil@blocobrasil.com.br
Crédito Fotos: Divulgação/ABCIC
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330