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Uso de concreto em mobilidade garante prêmio para BH

Massa Cinzenta - 18 de fevereiro de 2015 1510 Visualizações
 Uso de concreto em mobilidade garante prêmio para BH
Com 23 quilômetros de corredores exclusivos para BRT (Bus Rapid Transit) e outros 27 de ciclovias, além do fechamento de ruas para priorizar o pedestre, Belo Horizonte ganhou o prêmio Sustainable Transport Award. As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro também foram escolhidas, porém BH destacou-se pelo investimento em pavimento de concreto, tanto para vias exclusivas para ônibus quanto em ciclovias, e também pelo calçamento em paver. O organizador do prêmio – o ITDP (sigla em inglês para Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento) – avalia opavimento rígido como mais sustentável que o asfalto e concede pontuações extras para cidades que o adotam.
Dentro do padrão de qualidade definido pelo comitê técnico do ITDP para corredores exclusivos de BRT, a qualidade do pavimento pode representar até dois pontos a mais na avaliação do sistema. Quanto maior a vida útil, maiores as chances de obter uma graduação maior no ranking, que estabelece selos ouro, prata, bronze e básico. “O ITDP recomenda que o pavimento suporte uma vida útil de 30 anos”, diz Clarisse Linke, diretora do ITDP no Brasil. “Nosso padrão de qualidade para corredores exclusivos de ônibus foi criado em 2012 e aprimorado em 2014. Ele se baseia nas melhores práticas internacionais e é usado em todas as avaliações que fazemos”, completa.
Em sua 10ª edição, o Sustainable Transport Award pela primeira vez premiou três cidades. Belo Horizonte, no entanto, destacou-se por ter desenvolvido um plano de mobilidade urbana que se tornou referência no país. Criado entre 2003 e 2010, ele antecipou-se às principais diretrizes da lei n°12.587/2012, que instituiu a Política Nacional de Mobilidade Urbana e define os modos de transporte coletivo e ativos (como andar a pé e de bicicleta) que devem ser priorizados no planejamento de uma cidade. “Belo Horizonte mostrou ser viável um plano municipal de mobilidade focado no transporte urbano sustentável”, ressalta Clarisse Linke.
 
BRT: mais barato, mais eficiente
Já São Paulo foi premiada por expandir a infraestrutura cicloviária (meta de 400 quilômetros até o final de 2015) e implementar 320 quilômetros de vias exclusivas para ônibus – alguns trechos sobre pavimento de concreto. Por outro lado, o Rio de Janeiro tem investido em transporte de alta capacidade e está fazendo progressos permanentes com a implementação do BRT Transcarioca (corredor com 39 quilômetros e que atende 270.000 passageiros/dia). “Tornar o transporte mais eficiente caminha de mãos dadas com a melhoria da qualidade de vida e a redução da desigualdade. As cidades que enfrentarem seus desafios em mobilidade urbana vão dar um salto de desenvolvimento à frente das outras”, avalia a diretora do ITDP.
Nas avaliações do ITDP, sistemas de BRT projetados para receber entre 25 mil a 35 mil pphps (passageiros por hora e por sentido no pico) revelam-se mais eficientes, e a um custo menor, do que VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e metrô. “Não há, no mundo, sistemas de VLT que ultrapassem a demanda de 20 mil passageiros transportados por hora”, cita Clarisse Linke, completando que o metrô, pelo seu alto custo, precisa ser projetado para uma capacidade instalada de 80 mil pphps. No entanto, na maioria dos sistemas em funcionamento no país, a média é de 45 mil passageiros por hora, ou seja, em boa parte do dia opera com ociosidade. “A falta de informação resulta, frequentemente, em preferência pelos sistemas de transporte sobre trilhos. Mas o BRT é a alternativa com melhor custo-benefício. Equivale a 10% dos custos para a implantação de metrôs e a 60% do custo para implantar VLT”, finaliza Clarisse Linke.
 
Cidades que já ganharam o Sustainable Transport Award
Bogotá – Colômbia (2005)
Seul – Coreia do Sul (2006)
Guayaquil – Equador (2007)
Paris – França (2008)
Londres – Reino Unido (2008)
Nova York – Estados Unidos (2009)
Ahmedabad – Índia (2010)
Guangzhou – China (2011)
Medelín – Colômbia (2012)
São Francisco – Estados Unidos (2012)
Cidade do México – México (2013)
Buenos Aires – Argentina (2014)
Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro – Brasil (2015)
 
Entrevistada
Clarisse Linke, mestre em políticas sociais, e diretora do ITDP (Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento) no Brasil

Contatos
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Crédito foto: Divulgação/ITDP
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330