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Vale fecha ano com recorde na produção de minério

Valor Econômico - 23 de fevereiro de 2015 2068 Visualizações
 Vale fecha ano com recorde na produção de minério
A Vale teve um bom desempenho operacional no quatro trimestre do ano passado e terminou 2014 com recorde de produção de minério de ferro. O mercado considerou sólidos os resultados neste segmento de negócios. Os volumes ofertados superaram as previsões da própria companhia. Mas, na área de metais básicos, apesar de a produção de cobre e de níquel ter melhorado a performance, analistas de bancos consideraram os números abaixo das expectativas.

Um dado positivo foi a redução nos estoques de minério de ferro, que caíram 4,8 milhões de toneladas no quarto trimestre como resultado de recordes nos embarques do produto no período. A corretora Itaú BBA destacou, em relatório, a produção de 83 milhões de toneladas da matéria-prima pela Vale no período, com alta de 2,1% sobre igual trimestre de 2013. Para a corretora, a redução nos estoques, sobre o trimestre anterior, indica um forte embarque do produto no quarto trimestre.

O Itaú BBA previu que a Vale embarcou 83 milhões de toneladas de minério de ferro entre outubro e dezembro. Há, porém, estimativas inferiores indicando que os embarques no período somaram 79,5 milhões de toneladas. O volume de vendas será conhecido na divulgação do balanço financeiro do quarto trimestre de 2014, dia 26 de fevereiro.

Em 2014, a Vale produziu 319,2 milhões de toneladas de minério de ferro, alta de 6,5% em relação a 2013. Se forem somadas as compras de terceiros, o volume total ofertado ficou em 331,6 milhões de toneladas, acima da previsão de 327 milhões de toneladas anunciada pela empresa, no fim de ano, em encontro com investidores, em Nova York. Para 2015, a estimativa da Vale é entregar 340 milhões de toneladas de minério de ferro, com alta de 4%. A previsão de crescimento da companhia é referendada por estimativas de mercado. Há, entre os bancos e corretoras, quem trabalhe com uma estimativa de que a Vale possa aumentar a oferta própria de minério de ferro em 20 milhões de toneladas este ano.

Um analista disse que o importante, neste momento, é o fato de a Vale estar fazendo o dever de casa. Durante algum tempo, disse o analista, a Vale teve dificuldades de aumentar volumes de produção. Mas agora, pelo lado da oferta, ela [a empresa] está entregando, afirmou. Contribui para essa expectativa o fato de a Vale ter conseguido licenças ambientais para expandir a produção em Carajás, no Pará. Em 2014, a produção em Carajás registrou recorde, totalizando 119,7 milhões de toneladas, 14,8 milhões de toneladas acima de 2013. A tendência é que esse número continue subindo na região.

O BTG Pactual afirmou, em relatório, porém, que um aumento anual entre 5% e 7% na produção de minério de ferro não é suficiente para compensar receitas menores resultantes do colapso nos preços do minério de ferro. E a expectativa, segundo o banco, é que 2015 não mostre uma reversão importante nessa tendência de depressão nos preços. Nas pelotas, a Vale produziu 43 milhões de toneladas, 10,2% acima de 2013.

O BTG Pactual afirmou ainda que a produção dos metais básicos desapontou. A produção de níquel no quarto trimestre, de 73,6 mil toneladas cresceu 2,1% frente ao terceiro trimestre, e ficou 2% abaixo da previsão do banco. No ano, a produção de níquel somou 275 mil toneladas, alta de 5,7% sobre 2013. Segundo os analistas, o resultado no níquel ocorreu, principalmente, devido a problemas operacionais em Sudbury, o que causou queda de 33% na produção no local em comparação ao terceiro trimestre do ano passado.

No cobre, o resultado também surpreendeu negativamente e atingiu produção de 105,5 mil toneladas no quarto trimestre, estável frente ao terceiro trimestre e 4% abaixo da previsão do banco. Continuamos a acreditar que há potencial para essa unidade gerar de US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões em Ebitda, entretanto as condições de mercado parecem desafiadoras para a Vale perseguir sua opção estratégica para esse negócio. Em outro relatório, o Morgan Stanley disse que, apesar dos dados sólidos, a produção de níquel e cobre ficou abaixo do esperado.