Foto:INGEVITY/DIVULGAÇÃO/JC
Seguindo uma tendência mundial, a primeira capital do Brasil a investir no asfalto morno completou o mês de setembro de 2022 com 31,32% da pavimentação em suas vias públicas utilizando essa tecnologia. Os dados sobre a utilização em Porto Alegre do que é conhecido em outras partes do mundo como ‘warm mix asphalt’ são da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMURB).
O asfalto morno proporciona a redução de mais de 30% no consumo de combustível na usina de asfalto, redução de 15% nas emissões que causam o aquecimento global e aumento estimado de 20% na durabilidade da pavimentação, devido à redução na oxidação do ligante. A multinacional americana Ingevity é a produtora mundial da tecnologia ‘Evotherm’, que viabiliza a produção do asfalto morno a temperaturas pelo menos 40º C abaixo das habituais para produção do asfalto convencional.
“O inverno gaúcho é rigoroso e é necessário buscar alternativas para manter a celeridade do serviço. Com a implementação do aslfato morno, desde o ano passado, conseguimos avançar com as melhorias na cidade mesmo em dias com baixas temperaturas. Isso é fundamental para cumprirmos nossa programação e entregar ruas melhores aos cidadãos de Porto Alegre”, afirma o secretário municipal de Serviços Urbanos de Porto Alegre, Marcos Felipi Garcia
A tecnologia é adequada para qualquer época do ano mas é largamente utilizada em regiões mais frias. Isso ocorre pois o asfalto normalmente aplicado nas vias, em geral misturas a quente conhecidas como CBUQ (concreto betuminoso usinado a quente), trabalham com temperaturas de produção acima dos 165°C. Desse modo, operar e aplicar o asfalto convencional em dias muito frios fica tecnicamente inviável. Já o asfalto morno, além de oferecer redução de custos, corte nas emissões de gases poluentes e proporcionar aumento da durabilidade do pavimento, resolve o problema da aplicação do asfalto em dias frios, como ocorre no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e nas regiões serranas de Minas Gerais.
“Estamos nos aproximando de 5% de todo o asfaltamento realizado no Brasil, ainda distante dos percentuais em outras partes do mundo mas já registramos um crescimento expressivo desde o início de 2021, quando as vantagens do asfalto morno começaram a ser compreendidas pelos gestores públicos no Brasil. A tendência é esse percentual continuar crescendo”, afirma o gerente de negócios da Ingevity para o Brasil, Hernando Macedo Faria.
Na Europa e na América do Norte, o asfalto morno responde por quase metade de toda a pavimentação. No Brasil, a solução da Ingevity vem sendo aplicada desde 2015 mas o uso dessa tecnologia cresceu a partir de 2021, com a adoção para vias urbanas em Porto Alegre e Curitiba, e em estradas de Santa Catarina e São Paulo. A capital gaúcha foi a primeira grande cidade brasileira a apostar no produto.
Evotherm
O produto utilizado na produção do asfalto morno é o Evotherm, tecnologia líder mundial desenvolvida pela Ingevity e que pode ser utilizado com asfalto reciclado. Desde 2021, com o objetivo de reduzir custos e impactos ambientais gerados por obras rodoviárias no País, o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT) definiu procedimentos que vêm impulsionando a utilização do asfalto morno no Brasil. Segundo Faria, o Evotherm e o asfalto morno são soluções ideais para uso juntamente com o chamado material fresado, extraído de pavimentos antigos:
“A nova especificação do DNIT estabelece a sistemática a ser empregada na execução de camada do pavimento por meio da produção de mistura asfáltica reciclada, utilizando material de pavimento asfáltico fresado ou removido do pavimento (RAP). As temperaturas indicadas para a produção são baixas, o que torna a tecnologia do asfalto morno ideal para viabilizar a reutilização de asfalto fresado,” explica.