Portobello reaproveitará pó eliminado na produção
Assessoria
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24 de março de 2015
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São Paulo - A Portobello deve iniciar as atividades de uma nova fábrica no mês que vem para atender a demanda nordestina de revestimentos cerâmicos. Sem perder o foco no potencial de consumo do Nordeste, a empresa também buscou iniciativas sustentáveis para iniciar as atividades.
O grande trunfo da nova unidade fabril é aliar tecnologia e sustentabilidade, com equipamentos de alto desempenho produtivo, de acordo com o gerente de Projetos da Portobello, Daniel Rigon.
Segundo ele, o destaque fica por conta do reaproveitamento da poeira lançada no meio ambiente durante o processo de produção do revestimento.
Qualquer pó gerado a partir da matéria-prima mineral usada na fabricação dos revestimentos é reaproveitado. A poeira, antes dispersada no ambiente, será capitada durante o processo produtivo, passará por filtros que vão purificar e expelir um ar limpo. O pó que se prender nos filtros irá retornar ao processo industrial, explica Rigon. Quase 100% será reaproveitado.
Ele acrescenta ainda que os fornos queimam todas as partículas, evitando que qualquer resíduo seja jogado no ar. Quando se pensou no projeto a questão da sustentabilidade já foi pensada, afirmou.
A fábrica, que está na fase final de construção, foi instalada no Polo Industrial José Aprígio Vilela, em Marechal Deodoro (AL). Orçada em R$ 211 milhões, a unidade vai produzir revestimento cerâmicos, principalmente, para consumidores das classes B e C. A fábrica contará com três linhas de produção, com capacidade produtiva de aproximadamente 1 milhão de metros quadrados por mês em cada uma.
Estamos na fase de finalização. A meta é iniciar a operação no mês que vem, conta Rigon, observando que o projeto teve inicio em meados de 2014. A ideia surgiu em 2013, mas a operação começou no ano passado, disse.
Produto
Segundo Daniel Rigon, a área industrial total contará com 50 mil metros quadrados, sendo que, no pavilhão de produção com mais de 700 metros de comprimento, três linhas de produção serão responsáveis por uma inovação dentro do grupo catarinense.
A planta instalada na cidade alagoana será responsável pela fabricação de um tipo revestimento cerâmico conhecido no segmento por via seca. Queremos levar um produto com característica e atendimento da Portobello, mas por via seca, afirma o gerente de projetos.
Ele explica que o processo de confecção desse revestimento é diferente do já fabricado pela Portobello em Tijucas (SC), conhecido tecnicamente como via úmida. O primeiro não leva água em sua composição, enquanto o segundo conta com o insumo para misturar os todos ingredientes (matérias primas) que compõem a massa.
Reúso de água e energia
Além do processo produtivo diferenciado, a Portobello também teve o cuidado de buscar ferramentas para reúso de água tratada, geração de energia alternativa e reutilização e o gás para geração térmica. Nada é desperdiçado. Toda a água industrial, de escritório, banheiros e da chuva vai para um lago e depois é tratada. Os componentes químicos tornam inviável o reaproveitamento humano, mas ela vai ser toda reutilizada no processo industrial, afirma Rigon.
Ele conta ainda que do pátio de estacionamento ao chão da fábrica todas as lâmpadas são de LED, que normalmente representam um menor consumo de energia elétrica.
Já está contratada também a instalação de painel de energia solar. Serão 90 painéis que terão capacidade de gerar entre 30 e 40 quilowatts por horas. Essa energia será colocada na rede elétrica para reduzir a necessidade de comprar energia da Eletrobras, destaca.
Ele acrescenta que também existem estudos sobre outras fontes de energia alternativa, como a eólica. Com isso a capacidade geração pode ser elevada em 10 vezes, avalia.
Comunidade
Daniel Rigon conta que cerca de 35% dos 250 funcionários contratados pela Portobello para trabalhar na fábrica alagoana são da região. Segundo ele, já existem planos de formar, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), um curso técnico de ceramista.
Já temos planos para ampliação [da planta] e precisamos que as pessoas da região tenham capacitação. Além disso, é muito importante que a população conte com um ceramista disponível no mercado. Os alunos poderão atender a demanda da fábrica e do varejo devido ao conhecimento, observa, acrescentando que muitas redes de home center (varejo de material de construção) busca profissionais especializados para oferecer um venda técnica aos clientes.
A perspectiva do governo de Alagoas é que a Portobello contribua com a geração de, aproximadamente, 1.100 empregos diretos e indiretos no estado. A Portobello recebeu incentivo fiscal por meio do Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas (Prodesin), segundo nota publicada no site do governo de Alagoas.