A empresa deconstrução naval Korea Shipbuilding & Offshore Engineering (KSOE) revelou o projeto de um pequeno navio movido a partir de um pequenos reatores modulares (SMR, na sigla em inglês).Essa é a primeira vez queuma empresa coreana apresenta um conceito de projeto tão detalhado para uma embarcação movida a SMR. O projeto envolve um navio movido por um reator de 240 megawatts (MW), com quatro conjuntos de SMRs de 60 megawatts.A mudança da KSOE para a tecnologia SMR não é sua primeira incursão no campo. Em novembro de 2022, a empresa investiu US$ 30 milhões na TerraPower, uma empresa SMR fundada pelo fundador da Microsoft,Bill Gates. O projeto visa construir um SMR no estado de Wyoming, nos Estados Unidos, até 2030.
Outros construtores navais sul-coreanos também estão trabalhando no desenvolvimento da tecnologia. A Samsung Heavy Industries, por exemplo, fez parceria com a KAERI no desenvolvimento de usinas nucleares flutuantes baseadas na tecnologia de reatores de sal fundido (MSR).Além disso, o construtor naval concluiu o projeto conceitual para uma barcaça CMSR Power, uma instalação flutuante para usinas nucleares offshore, e garantiu a aprovação em princípio da sociedade de classificação ABS com sede nos EUA.
No mês passado, as principais empresas da indústria coreana, lideradas pelos pesos pesados HMM e Sinokor, uniram forças no desenvolvimento de navios movidos a energia nuclear.
O Memorando de Entendimento (MoU) foi assinado por representantes da cidade de Gyeongju, província de Gyeongbuk, Instituto de Pesquisa de Energia Atômica da Coreia, Instituto de Pesquisa de Engenharia Naval e Oceânica da Coreia (KRISO), Registro Coreano, Wooyang Shipping Co, Sinokor, H- Line e HMM.
Pelo acordo, os parceiros pretendem desenvolver e demonstrar como pequenos reatores nucleares modulares podem ser usados para impulsionar navios. O projeto também investigará o desenvolvimento de interface de sistema marítimo relevante e tecnologia de propulsão, bem como a produção de hidrogênio usando MSR.
A propulsão nuclear está ganhando interesse do mundo marítimo no cenário de desafios crescentes com relação ao aumento da produção de amônia verde, e-metanol e hidrogênio, que se acredita serem a chave para a descarbonização do transporte marítimo.
Alguns dos principais benefícios que a tecnologia traz para a mesa são sua independência dos preços voláteis do combustível, bem como o fato de que operar com energia nuclear permitiria que os navios abandonassem a prática de vapor lento e aumentassem a eficiência da embarcação navegando mais rápido e produzindo zero emissões.