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MECÂNICA

Engenheiros criam concreto que fala e concreto estelar

Publicado originalmente no portal Inovação Tecnológica - 24 de março de 2023 491 Visualizações
Engenheiros criam concreto que fala e concreto estelar

Legenda:Teste dos sensores durante a construção de uma estrada real no estado do Texas. Foto: Luna Lu

Concreto falante
Um sensor que permite que o concreto "fale" com o mundo exterior promete diminuir o tempo de construção, aumentar a segurança e reduzir a frequência dos reparos, além de melhorar a pegada de carbono das obras.
A professora Luna Lu, da Universidade Purdue, nos EUA, desenvolveu um sensor extremamente robusto, para ser incorporado diretamente no meio do concreto, e então passe a gerar dados continuamente sobre a resistência da estrutura, mostrando a necessidade de reparo de um modo que não é possível com as ferramentas e métodos usados atualmente.
Ela acredita que o sensor terá uma aplicação imediata nas rodovias, que no hemisfério norte costumam ser feitas mais de concreto do que de asfalto. Hoje, há grandes prejuízos quando a rodovia é liberada antes que o concreto esteja totalmente curado, ao mesmo tempo em que há uma premência contínua para sua liberação o mais rápido possível.
Os métodos atuais de monitoramento de estrutura de concreto, usados há mais de um século, exigem a retirada de grandes amostras e sua análise em laboratório. Usando os resultados, os engenheiros estimam o nível de resistência que uma determinada mistura de concreto atingirá após ser despejada e deixada para amadurecer em um canteiro de obras.
Embora esses testes sejam bem compreendidos pela indústria, as discrepâncias entre condições de laboratório e externas podem levar a estimativas imprecisas da resistência do concreto devido às diferentes composições de cimento e temperaturas da área onde ele é aplicado.
O sensor dispensa a coleta de amostras, mostrando todo o processo de cura do concreto, uma informação importante para não haver perda de tempo durante a construção e, no caso das estradas, sua pronta liberação para o tráfego.


Os trabalhadores podem instalar os sensores simplesmente jogando-os no chão da fôrma e cobrindo-os com concreto. Nesta primeira versão, um cabo é conectado do sensor até um dispositivo portátil reutilizável, que inicia automaticamente o registro de dados. Usando o aplicativo, os trabalhadores podem receber informações sobre mudanças em tempo real na resistência do concreto enquanto os dados de resistência forem necessários.
No futuro, a equipe planeja criar uma versão que colete energia do ambiente, para que seu funcionamento seja contínuo, passando a monitorar a saúde do concreto durante o uso.