[Foto: Autores]
O aprimoramento da fiscalização e o uso intensivo da tecnologia para o monitoramento da biodiversidade paulista estão trazendo resultados positivos em termos de proteção às florestas, em especial a Mata Atlântica remanescente no estado. Os trabalhos levam em conta análises de imagens de satélite e inspeções in loco (a cargo da Polícia Militar Ambiental), e em 2023 as intervenções irregulares autuadas na Mata Atlântica em território paulista representaram 1.379 hectares (0,025% dos 5,4 milhões de hectares remanescentes desse bioma), contra 2.088 hectares em 2019, confirmando o menor índice dos últimos cinco anos. Em 2022, o número foi de 1.499 hectares (0,028%). Os dados do Painel Verde do Estado de São Paulo, com recorte do último dia 21, apontam 10,8 mil hectares atingidos por intervenção irregular com destruição da vegetação nativa no período de 2019 a 2023, o que representa 0,2% do total de hectares remanescentes no bioma mata atlântica.
Os números consolidados foram apresentados pela Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) durante a 433ª Reunião do Plenário do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), realizada na sede da pasta, na capital.
“A fiscalização é algo que a gente tem que olhar e seguir nesse aprimoramento em conjunto, assim como na preservação e na restauração”, afirmou a secretária Natália Resende. “É algo que já vem sendo feito desde que posto como meta no Dia do Meio Ambiente no ano passado, que é a restauração de 37,5 mil hectares até 2026”, completa a titular da pasta, em alusão ao que está proposto no Plano Estadual do Meio Ambiente, lançado naquela data.
Segundo os dados apresentados pela CFB foram 2.816 alterações identificadas a partir dos levantamentos de imagens de satélite que detectam alterações a partir de 0,04 hectares, ou seja, uma mancha inicial de apenas 400 metros quadrados. O método visa dar precisão para esse tipo de ação e a partir da identificação da alteração é acionada a PMAmb, que faz a fiscalização de campo e emite as autuações. Para monitoramento, destaca-se ainda, que para a efetividade do trabalho coordenado de proteção e fiscalização, a automatização na detecção de alterações na vegetação envolve maior precisão com uso de imagens de satélites, assertividade e foco nos esforços em campo para controle no acompanhamento das ações e das obrigações para reparação dos danos ambientais. Ao todo, o estado conta com 4,71 milhões de hectares de áreas protegidas terrestres e marinhas.