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Pisos e móveis de madeira terão proteção natural sem perder a beleza

por Redação Site Inovação Tecnológica - 30 de maio de 2024 124 Visualizações
Pisos e móveis de madeira terão proteção natural sem perder a beleza

Sem revestimento, a luz UV pode interagir com as superfícies de madeira, causando descoloração e danos.
[Imagem: Naturhaus Naturfarben GmbH]


Idade da Madeira

Convivemos há tanto tempo com a madeira que alguns estudiosos já estão discutindo se deveríamos rebatizar a Idade da Pedra para Idade da Madeira.

Essa experiência já nos mostrou que, para evitar que este material natural envelheça prematuramente, é importante protegê-lo contra a radiação ultravioleta (UV). Ao mesmo tempo, as pessoas desejam manter a aparência natual das superfícies de madeira, e não tingi-las, e, se possível, usar revestimentos protetores sem compostos químicos nocivos.

Para evitar a utilização destas substâncias, pesquisadores alemães estão trabalhando para desenvolver uma fórmula que forneça proteção UV transparente e orgânica para a madeira - e fazer isso usando compostos benignos para o meio ambiente e para a saúde humana.

A pesquisa focou em encontrar componentes vegetais adequados para um acabamento de madeira natural que proteja o material contra a radiação UV, deixe visível a textura original da madeira e seja à base de água.

"Como aglomerante em sistemas de revestimento, já há algum tempo temos tido grande sucesso com o uso de proteínas," explicou a professora Melanie Platzer, o Instituto Fraunhofer de Engenharia de Processos e Embalagens. "Uma coisa nova para nós foi combinar proteínas com materiais secundários à base de plantas, que servem como proteção UV para um acabamento à base de água."

Proteção e beleza

O maior trabalho envolveu ajustar as ligações cruzadas criadas entre as proteínas e os materiais secundários à base de plantas no acabamento - em última análise, garantir que as substâncias formem uma ligação permanente.

O ponto de partida foi um trabalho anterior que utilizou múltiplas proteínas, como proteínas de ervilha e de soja. Durante o período de aproximadamente dois anos do projeto, os cientistas testaram muitas combinações, acabando por selecionar duas proteínas, às quais foram adicionadas várias substâncias secundárias de origem vegetal que oferecem boa proteção contra a radiação UV.

O pH foi outro desafio, já que os revestimentos precisam estar dentro de uma determinada faixa para não agredir a madeira. "No final, tínhamos muitos bons candidatos para possíveis combinações de proteínas e aditivos para o revestimento protetor UV, por isso pudemos nos concentrar na questão de qual formulação faz mais sentido ao pensar na produção [industrial] - inclusive com um atenção ao fornecimento local e à disponibilidade das matérias-primas utilizadas," disse Platzer.

Uma das ideias centrais da tecnologia é manter a aparência original da madeira.
[Imagem: Naturhaus Naturfarben GmbH]


Revestimento natural para madeira

As opções identificadas durante o projeto são todas benignas, sem efeitos nocivos para a saúde de pessoas ou animais, seja devido ao contato direto ou à inalação de fumaça decorrente de um incêndio ou queima após o descarte.

Houve também preocupação quanto ao reaproveitamento dos materiais de origem vegetal utilizados para desenvolver o revestimento. "Sempre que possível, incluímos resíduos da agricultura e da indústria alimentar no nosso trabalho de desenvolvimento. Isso inclui coisas como cascas que sobraram da produção de sumo de maçã ou bagaço da produção de vinho," contou a pesquisadora.

A fórmula selecionada está agora em fase de desenvolvimento com um parceiro industrial, para adaptar a composição para que ela possa ser fabricada em larga escala, abrindo um novo mercado no segmento de preservativos naturais de madeira.

A fórmula à base de água poderá ser aplicada em diversas demãos, com um acabamento natural diferenciado em relação aos produtos existentes, proporcionando proteção duradoura a pisos e móveis de madeira sem perder a beleza original da madeira.

As combinações de proteínas e substâncias vegetais bloqueadoras de UV também poderão vir a ser usadas para revestir embalagens ou em cuidados com a pele, disse a equipe