Construtoras menores analisam concessões
apeop
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04 de agosto de 2015
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Anunciado pelo governo em junho, o pacote de concessões de R$ 198,4 bilhões na área de transportes começa a movimentar uma série de pequenas e médias empresas em um contexto em que as grandes se veem envolvidas pelos reflexos da Operação Lava¬Jato. Parte do interesse está direcionado aos 15 lotes de rodovias federais que o governo pretende licitar nos próximos meses, e que poderão envolver cerca de R$ 50 bilhões em investimentos ao longo de 30 anos. O mercado espera que sejam formados novos consórcios nos moldes da MGO Rodovias ¬ concessionária que arrematou, em setembro de 2013, o trecho da BR¬050 GO/MG, da terceira etapa das concessões rodoviárias federais. O consórcio é formado por fornecedoras e construtoras pequenas, como Construtora Estrutural, Construtora Kamilos, Maqterra e Vale do Rio Novo Engenharia e Construções. Ao longo dos 30 anos de contrato, serão investidos R$ 3 bilhões no trecho de pouco mais de 400 quilômetros. Fizemos uma reunião sobre as concessões de rodovias e 80 empresários, advogados e consultores estiveram presentes para saber mais detalhes, há empresas que faturam de R$ 50 milhões a R$ 200 milhões que têm interesse em participar das oportunidades de mercado, diz o presidente da Associação Paulista dos Empresários de Obras Públicas (Apeop), Luciano Amadio. Para ele, as empresas agora esperam os editais das concessões que serão licitadas. Taxa de retorno, exigência de investimentos são detalhes essenciais para que as empresas possam montar suas estruturas e participar, mas o mercado caminha para maior abertura e uma maior concorrência, diz. Há um conjunto de pequenas e médias empresas que poderão participar das oportunidades que se abrirão, mas é preciso facilitar essa inserção, diz o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins. No fim de abril, a Cbic entregou ao ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, um documento para estimular a participação de empresas de menor porte nas concessões a serem licitadas nos próximos meses. Para aumentar o apetite do mercado, os trechos rodoviários a serem concedidos pela União nos próximos meses terão, em média, cerca de 400 km de extensão, metade dos seis lotes transferidos à iniciativa privada em 2013. Isso é um sinal muito positivo que indica a maior concorrência e número de participantes, avalia Amadio. A Vale do Rio Novo é uma das integrantes do consórcio da BR¬050. Ademar Bellinato, sócio¬fundador da construtora, diz que o crescimento nesses 30 anos de atuação no setor rodoviário permitiu a consolidação de sua participação no mercado construtor. Partimos para um novo momento, com foco em projetos estruturados de mais longo prazo. O consórcio foi formado a partir de afinidade com empresas do setor e pelo relacionamento de mais de 20 anos com essas empresas. O grupo de estudos foi criado em 2012, com acionistas de quatro empresas. Em curto espaço de Por Roberto Rockmann | De São Paulo Luciano Amadio, da Apeop: as empresas agora esperam os editais das concessões que serão licitadas Empresas Últimas Lidas Comentadas Compartilhadas Câmbio favorável ajuda lucro da Toyota a crescer 10% no trimestre 08h52 Petroleiras se ajustam com cortes de gastos ? 05h00 Starbucks deve superar McDonald's ? 05h00 Odebrecht assina financiamento de US$ 804 milhões por dez anos ? 05h00 Ver todas as notícias Vídeos Onda de descontos aquece vendas para viagens internacionais 07/07/2015 ? ? ? ? Embratel Claro Empresas Teles consolidam papel relevante no mercado de TI – Tecnologia da Informação Teles consolidam papel relevante no mercado tempo, cerca de quatro meses, o grupo se consolidou nos atuais nove integrantes. Além da afinidade, outros aspectos, como conduta empresarial e saúde financeira foram consideradas. Com a concessão, a empresa mudou de tamanho. É natural que haja uma mudança, afinal se trata de um empreendimento de vulto em investimento e tecnologia, e as mudanças acontecem. Nos tornamos mais fortes e seguros para crescer, aponta. Para ele, o modelo de concessões não dá prioridade às grandes empresas. Acredito que o modelo exige empresas comprometidas com a tecnologia e, principalmente, com o cumprimento dos marcos regulatórios por parte do poder concedente. Outro aspecto é que esse mercado não tem espaço para aventureiros, e isso inclui empresas de todos os tamanhos. Um dos maiores gargalos na participação de empresas menores está na apresentação de garantias para os negócios. A modalidade de project finance em que os recebíveis do projeto são a garantia ainda inexiste no Brasil. No restante é preciso apresentar garantias reais ou corporativas quando se participa de um projeto. Isso inviabiliza que se participe de vários projetos porque exigiria uma grande quantidade de garantias, afirma o presidente do grupo Ponte di Ferro, Carlos Zveibil. Outro obstáculo é que, para obter empréstimos de bancos oficiais, como Caixa Econômica Federal e BNDES, com taxas de juros melhores, o tempo de aprovação do crédito nessas instituições demora de oito a doze meses, o que exige a obtenção de um empréstimo ponte em instituições financeiras. O que eleva o risco de financiamento do projeto. Outra dificuldade é fechar um contrato do seguro para cobrir o risco de construção do empreendimento. Para Bellinato, estruturar o modelo de garantias para a participação no consórcio foi complexo, ainda mais com a participação de nove empresas, mas a unidade do grupo fez a diferença. Hoje essa situação é exatamente contrária, somos assediados o tempo todo por empresas do setor e do mercado financeiro que querem fazer parte do nosso grupo para as novas oportunidades que vêm por aí, diz Bellinato. Uma das novidades a partir de agora é que as empresas terão melhores condições de financiamento concedidas pelo BNDES se usarem mais o mercado de capitais, emitindo, por exemplo debêntures de infraestrutura. Isso é um ponto de incerteza, porque as grandes já tinham dificuldades para lançar papéis e agora, com aperto fiscal e os juros em 14% ao ano, isso pode se tornar um complicador, analisa um empresário.