Os microinversores solares têm conquistado espaço e confiabilidade no mercado. Segundo pesquisa da Mordor Intelligence, em 2024 este mercado alcançou US$ 3,77 bi, com previsão de chegar a US$ 9,27 bi até 2029, um crescimento de quase 20% no período. Ainda segundo o levantamento, entre os fatores que têm motivado essa expansão estão a possibilidade de monitoramento no âmbito de módulo, fácil instalação, flexibilidade e segurança.
O engenheiro Marcelo Niendicker explica que cada painel solar é conectado a uma única entrada do microinversor e isso permite que cada painel opere em seu ponto de máxima potência (MPP) independentemente do desempenho dos demais - assim, proporcionam mais eficiência ao sistema. Além disso, possui mais flexibilidade, pois é fácil expandir o sistema adicionando mais painéis com seus respectivos microinversores, que suportam diferentes tamanhos e potências de módulos, o que possibilita combinações variadas. “Também é possível o monitoramento individualizado dos microinversores. Dessa forma, o monitoramento do desempenho de cada painel solar de forma independente facilita a detecção de problemas e manutenção”.
E acrescenta: “Também é importante ressaltar sua adaptabilidade, tendo em vista que os microinversores são ideais para instalações em telhados com diferentes orientações ou inclinações, além performance eficiente em regiões sombreadas ou com nuvens, pois minimiza as perdas mesmo com sombreamento parcial”.
Vale ressaltar que a implementação da seção 690.12 do Código Elétrico Nacional (NEC), nos Estados Unidos, tem provocado um impacto significativo no mercado de inversores solares, incluindo os microinversores. Embora o NEC seja um código dos EUA, regulações de segurança semelhantes estão sendo adotadas em outros mercados, como Europa e Austrália, especialmente em sistemas de geração distribuída, o que beneficia a adoção de microinversores globalmente.
Por exemplo, a seção 690.12 exige que, em caso de emergência, como incêndios, os sistemas fotovoltaicos limitem a tensão contínua (DC) a um nível seguro - o ‘Rapid Shutdown’ (Desligamento Rápido). “Microinversores atendem naturalmente a esse requisito, já que convertem a corrente DC em AC diretamente no nível do painel. Dessa forma, eles operam com baixa tensão DC e já estão em conformidade com as exigências de desligamento rápido. Essa conformidade inerente aumentou a demanda por microinversores em mercados que seguem ou adotam regulamentos baseados no NEC. Nesse contexto, por oferecerem uma solução integrada, os microinversores não necessitam de equipamentos extras”, explica o engenheiro Marcelo Niendicker.
O engenheiro salienta que no Brasil ainda não há uma exigência legal equivalente à seção 690.12 do NEC, mas o mercado segue atento às tendências globais. “A crescente conscientização sobre segurança e o aumento na adoção de normas internacionais podem, futuramente, influenciar regulações locais, como é o caso da adoção do AFCI. Nesse cenário, os microinversores também se beneficiariam pela conformidade natural com esses padrões”, reforça o engenheiro.