Pré-fabricado avança em obras de infraestrutura
A construção industrializada já domina setores como o de shopping centers, centros de logística e de arenas esportivas – as obras para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016 estão aí para comprovar. Também avança no segmento habitacional. Porém, há uma nova fronteira em que pretende se consolidar: a infraestrutura rodoviária, ferroviária, aeroportuária e de mobilidade urbana. Para isso, ela aprimora ainda mais seus procedimentos de qualidade, tanto para pré-fabricados quanto para pré-moldados.
Segundo a presidente-executiva da Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada do Concreto), Íria Doniak, para atingir o nível de excelência que as obras de infraestrutura exigem, a construção industrializada persegue os 5M: Mão de obra qualificada, Métodos acreditados, Meio ambiente como prioridade, Máquinas com alta tecnologia e Materiais de qualidade. Some-se a isso o respeito irrestrito às sete normas técnicas com que está diretamente relacionada:
– ABNT NBR 9062:2006 – Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado – Procedimento (em revisão e consulta nacional)
– ABNT NBR 6118:2014 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimentos
– ABNT NBR 12655:2006 – Concreto – Preparo, controle e recebimento – Procedimento
– ABNT NBR 14931:2003 – Execução de estruturas de concreto – Procedimentos
– ABNT NBR 14861:2011 – Lajes Alveolares pré-moldadas de concreto protendido (norma entrará em consulta nacional ainda em 2015)
– ABNT NBR 15146:2011 – Controle Tecnológico do Concreto – Qualificação de Pessoal (parte 3)
– ABNT NBR 16258:2014 – Estacas pré-fabricadas de Concreto
A dirigente da Abcic palestrou no seminário “Infraestrutura em concreto: aplicações inovadoras e desafiadoras”, apresentado no Concrete Congress – evento paralelo ao 9º Concrete Show, que aconteceu na cidade de São Paulo de 26 a 28 de agosto. Segundo ela, independentemente do modelo adotado, se pré-fabricado ou pré-moldado, as peças empregadas em obras de infraestrutura devem perseguir a perfeição. “Por exemplo, para que uma indústria seja considerada como tal deve apresentar no máximo um desvio padrão de 3,5 MPa para concretos fluídos e 4,0 MPa para concretos de abatimentos baixos ”, diz.
Com base neste padrão de qualidade, e nas consequências que ele gera, como redução de custos de manutenção e durabilidade diferenciada, a construção industrializada foi a escolhida, por exemplo, para viabilizar a ampliação do aeroporto de Brasília. A obra envolveu uma área construída de 50.405 m² e volume de concreto na ordem de 7.318 m³. Também foi a opção que viabilizou o terminal de ônibus São Gabriel, em Belo Horizonte – MG, além do complexo viário do Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, e da estação Pinheiros da linha 4 do metrô paulistano.
Em todos os casos, Íria Doniak lembra que planejamento na construção industrializada é essencial. “Não dá para deixar que as definições o
corram no canteiro de obras. Canteiro é para montagem. O papel da indústria de pré-fabricados é fornecer soluções de engenharia que permitam a execução dos empreendimentos. Para isso, é preciso analisar a condição do terreno, a logística, enfim, todo o estudo de viabilidade para saber se a obra pode ou não receber a construção industrializada”, alerta.
Confira aqui o conteúdo do seminário “Infraestrutura em concreto: aplicações inovadoras e desafiadoras”.
Entrevistada
Engenheira civil Íria Lúcia Oliva Doniak, presidente-executiva da ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada do Concreto)
Contato: abcic@abcic.org.br
Créditos fotos: Divulgação/Abcic/Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Informativo Massa Cinzenta – Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330