Especialista da Lello, maior administradora de condomínios do Brasil, recomenda medidas preventivas e corretivas para minimizar os efeitos das fortes chuvas nos edifícios residenciais, como raios, inundações e cortes de energia elétrica
Com a previsão de chuvas fortes com raios para este verão, os síndicos de condomínios precisam adotar medidas preventivas para garantir a segurança e o bem-estar dos moradores.
“Os serviços meteorológicos preveem tempestades entre janeiro e março. Por isso, é importante os síndicos implementarem medidas de proteção contra descargas atmosféricas, inundações causadas por chuvas intensas e quedas de energia elétrica. Por isso preparamos dicas de prevenção e um plano de contingência para manter a segurança e o bem-estar dos condôminos, minimizando os impactos causados por eventos naturais e falhas no fornecimento de energia”, afirma a Engenheira Raquel Bueno.
Confira as dicas da especialista abaixo:
1. Proteção contra raios
As edificações estão vulneráveis às descargas elétricas, que podem causar danos estruturais e colocar em risco a segurança dos moradores. Para garantir uma proteção eficaz, é essencial adotar medidas como:
- Instalar o Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA).
O para-raios é a principal forma de proteção contra raios. O projeto e instalação do sistema devem ser realizados por engenheiro qualificado, conforme a Norma Brasileira (NBR) 5419.
- Realizar manutenções periódicas.
Inspecionar o SPDA anualmente é fundamental. Técnicos especializados devem verificar o sistema e emitir laudos técnicos.
- Verificar as instalações elétricas: Instalar Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS) no quadro de distribuição elétrica ajuda a proteger os equipamentos internos contra picos de energia.
2. Proteção contra chuvas e inundações
Chuvas fortes podem causar alagamentos, infiltrações e até deslizamentos. Para reduzir os riscos, é necessário realizar as seguintes ações:
- Manter calhas e ralos limpos: Calhas e ralos devem ser limpos regularmente, especialmente antes e durante o período de chuvas, para evitar acúmulo de água e alagamentos nas áreas comuns.
-Avaliar e ajustar o sistema de drenagem: O sistema de drenagem deve estar dimensionado para suportar grandes volumes de água. Canais de drenagem ou bombas podem ser necessários, dependendo das condições do terreno.
Inspecionar paredes e telhados: É importante realizar inspeções nas paredes e telhados para detectar fissuras e rachaduras. A impermeabilização dessas áreas ajuda a evitar infiltrações.
3. Plano de contingência em caso de falta de energia
Interrupções no fornecimento de energia podem afetar a segurança e o funcionamento do condomínio. Um bom plano de contingência é essencial para minimizar impactos.
As ações recomendadas incluem:
- Instalar um gerador de energia e definir uso prioritário
O gerador deve ser capaz de manter os serviços essenciais, como elevadores, sistemas de segurança e iluminação de emergência, funcionando durante uma queda de energia.
- Configurar nobreaks para equipamentos críticos
Equipamentos de segurança como câmeras e sistemas de comunicação, devem contar com nobreaks, que precisam ser periodicamente revisados.
- Plano de comunicação com os condôminos
Estabeleça um protocolo para informar os moradores sobre a interrupção de energia, incluindo previsão de retorno e medidas de segurança a serem seguidas.
- Realizar testes periódicos
Testes mensais nos geradores e nobreaks garantem que esses sistemas estejam prontos para atuar em situações de emergência.
Segundo Raquel Bueno, engenheira da Lello em São Paulo, as tempestades podem ser imprevisíveis, e é crucial que todos os sistemas de segurança estejam preparados para qualquer emergência. “Manter-se informado sobre as previsões meteorológicas e tomar medidas preventivas pode reduzir consideravelmente os riscos durante eventos climáticos extremos", alerta a especialista.
Passo a passo do plano de contingência:
- Acionar o gerador: Se o gerador for automático, ele será ativado automaticamente. Caso seja manual, o procedimento de ativação deve ser seguido.
- Priorizar áreas essenciais: Verifique se a iluminação de emergência e os sistemas de segurança estão funcionando corretamente.
- Iniciar nobreaks: Garantir que os sistemas de segurança e comunicação permaneçam ativos durante a falta de energia.
- Informar os condôminos: Enviar comunicados detalhando a situação e os procedimentos de segurança.
- Verificar saídas de emergência: Certifique-se de que as saídas de emergência estão desobstruídas.
- Monitorar o consumo do gerador: Acompanhe o consumo do gerador durante a falta de energia para garantir a autonomia até que a energia seja restabelecida.
Cuidados adicionais para a segurança do condomínio:
- Limpeza de calhas, ralos, bueiros e caixas de gordura.
- Verificação de telhas, fachadas, muros e calçadas.
- Revisão do sistema elétrico, identificando fios desencapados e disjuntores defeituosos.
- Inspeção do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA).
- Verificação e manutenção de geradores de energia e sistemas de iluminação de emergência.
- Checagem do funcionamento dos portões automáticos e poço do elevador.
“Adotar essas medidas preventivas pode garantir maior segurança e tranquilidade aos moradores do condomínio, minimizando os impactos de eventos climáticos extremos e falhas no fornecimento de energia”, conclui a especialista da Lello.