Fornecedoras de TI esperam trens regionais
DCI
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15 de setembro de 2015
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São Paulo - Necessárias para a atualização da malha, novas tecnologias para o transporte metroferroviário chegam ao País. Grandes projetos - como a expansão dos trens paulistas - entram na mira de quem atua no setor, mas indefinições políticas dificultam o processo.
A canadense Bombardier, por exemplo, está trabalhando na implementação do ERTMS (o sistema europeu de gestão de tráfego ferroviário) no Brasil. É um padrão que está se tornando global após muita discussão, explica o gerente de vendas da companhia, Caio Luchesi.
Ideal para longas distâncias, o sistema atua no controle, monitoramento e comunicação da malha e é largamente adotado na Europa e na China. A Bombardier foi responsável pela implementação no Chile e em cinco ramais da Supervia carioca. Em São Paulo, porém, a situação é distinta: como a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) utiliza o modelo chinês (CPTC), a expectativa recaí nos novos projetos. Nossa perspectiva está nos trens regionais, conta Luchesi, em referência à linha que deve ligar a capital paulista a Sorocaba, passando por cidades como Campinas (SP).
Indefinição
A expansão da CPTM rumo ao interior, contudo, enfrenta dificuldades. Lançado em 2013, o projeto deveria ser entregue em 2017, mas as obras estão em estado embrionário. O ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, afirmou recentemente a disposição do governo federal em colaborar com o Estado de São Paulo, que, por sua vez, afirma depender da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Para o diretor de sistemas de transportes da Thales Brasil, Thomaz Aquino, o impasse é natural. O País todo passa um período de restrições, o que gera algum atraso. Mas os investimentos vão suportar a necessidade onde há demanda.
De origem portuguesa, a Thales aposta em uma ferramenta capaz de prever incompatibilidades e incidências na malha; o software está presente em redes de 16 países, como Alemanha e Reino Unido.
Segundo Aquino, a abertura de investimentos a operadores privados foi responsável pelo sucesso na Europa; a expectativa é que o mesmo ocorra aqui. Estamos na fase de marketing, explica ele. Como o software visa redes complexas, linhas intermunicipais também aparecem como alvo.
Atuando no gerenciamento de redes, a Elipse Software está envolvida em operações nas linhas 4 e 2 paulistanas e em projetos como o VLT da Baixada Santista. Gerando diagnósticos a partir de variáveis como o fluxo de passageiros e o conforto térmico, o trunfo do Elipse EPM é a adaptação.
Convivemos muito bem com outros sistemas, explica o gerente da filial paulista, Gustavo Salomão. Com o avanço dos smartphones, o EPM deve aumentar a capacidade de análises em tempo real - já existe uma versão mobile para operadores. No futuro, até o usuário poderá utilizá-lo, conta Salomão.
As empresas citadas participaram da 21ª Semana de Tecnologia Metroferroviária da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (Aemesp).