Potencial de consumo, localização e infraestrutura levam indústrias a PE
DCI
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15 de setembro de 2015
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São Paulo - Além da localização geográfica privilegiada, investimentos realizados nos últimos anos em infraestrutura têm levado grandes fabricantes de bens de consumo a se instalar em Pernambuco.
Este é um dos poucos estados do País que têm um programa de investimento de longo prazo, destaca o economista Agostinho Celso Pascalicchio, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Esse programa de investimentos é um dos principais diferenciais frente a outros estados, diz. Segundo ele, o projeto de aportes no estado ganhou intensidade a partir de 2007, com programas de infraestrutura.
Investimentos importantes foram feitos no estado de forma geral, muito em parceria com o governo federal, que celebrou vários convênios conosco, explica o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Thiago Norões.
Na avaliação do economista Moacir Oliveira Junior, da Fundação Instituto de Administração (FIA), como o Nordeste concentra grande parte do mercado de baixa renda no País, o avanço da renda nos últimos anos tem chamado a atenção de grandes empresas para a demanda local.
Estratégia
O movimento de abertura e expansão das operações no estado, observa o secretário Norões, também é reflexo da estratégia de concentração de operações das empresas.
Companhias com centros de distribuição em vários estados têm instalado fábricas aqui para centralizar essa operação. Com a desvalorização do real, as indústrias também voltam a avaliar a possibilidade de exportar, destaca Norões.
De acordo com Oliveira Junior, da FIA, a localização do Porto de Suape, que fica próximo a Recife, é outra vantagem para as exportadoras. As empresas sabem que têm escoamento da produção garantido pelo porto, afirma.
A proximidade com capitais de estados vizinhos é outro fator que beneficia Pernambuco. O Grupo Petrópolis, dono da Itaipava, inaugurou fábrica em Itapissuma (PE) este ano, com aporte de R$ 600 milhões.
O grupo buscava expandir sua atuação no Nordeste. A localização geográfica de Pernambuco e sua vocação para o setor de bebidas foram os principais atrativos, revela a gerente de propaganda do grupo, Eliana Cassandre.
A produção da planta de Itapissuma abastece os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão e Piauí.
A Ambev também anunciou recentemente que vai investir R$ 400 milhões para ampliar em 30% a capacidade da planta na cidade de Itapissuma. A unidade é a maior da companhia no Norte e Nordeste e será a primeira na região a produzir cervejas premium.
A concorrente Brasil Kirin também ampliou sua fábrica no estado este ano. Localizada em Igarassu, a planta já recebeu aporte de R$ 400 milhões.
Já a Procter&Gamble (P&G) inaugurou em outubro um escritório em Recife com foco nas operações no Nordeste e planeja uma fábrica na região.
Ainda está em estudo o local exato onde a nova unidade será instalada. Sabendo que a região é uma das que mais crescem hoje no Brasil, a P&G busca ser mais assertiva em suas escolhas para a região, afirma o gerente de marketing da P&G para a região Nordeste, Luiz Moraes.
A Unilever, gigante do setor de bens de consumo, prevê investir R$ 600 milhões em sua sexta fábrica no estado, dessa vez no município de Escada (PE), além de um centro de distribuição próximo a Suape.